O primeiro depoimento do júri popular do caso do ataque à creche em Blumenau revelou detalhes impressionantes sobre o crime. O interrogatório do delegado da Polícia Civil Rodrigo Raitz levou aos jurados informações importantes sobre o massacre.
“A intenção dele era matar o maior número de crianças possível. Um total de 30 aproximadamente”, declarou o delegado ao ser questionado sobre o objetivo do acusado. “Ele só não conseguiu fazer mais vítimas porque depois dos primeiros golpes, começou muita gritaria, ele ficou com medo e fugiu”, disse.
Conforme o delegado, que conduziu as investigações do caso, o autor do crime golpeou todas as crianças em apenas 20 segundos, usando um machadinho e depois um canivete, mirando sempre na cabeça e no pescoço das vítimas. Além dos quatro alunos mortos na creche, outros cinco ficaram feridos.
Ainda de acordo com o delegado, o acusado fazia uso de anabolizantes, cocaína e bebida alcoólica, comprovado por laudos. Entretanto, “se apresentou calmo, frio e sem remorso após o crime”, afirmou Raitz. “Ele disse que queria fazer algo grande para ficar famoso e ser lembrado por isso”, disse o delegado, por fim.
O portal Guararema News decidiu não divulgar o nome, a foto e as imagens do autor do ataque à creche. Faremos uma cobertura especial, que você pode acompanhar pelo site, redes sociais e pela Rádio Massa Blumenau, em 103,5 FM.
Depoimento do réu
O réu também será interrogado. A juíza conduzirá o depoimento, após o Ministério Público e a Defesa fazem perguntas. Os jurados também podem formular perguntas e encaminhar para a juíza presidente fazê-las ao réu. Vale lembrar que o réu possui o direito constitucional de permanecer em silêncio.
Após os depoimentos e na ausência de requerimentos, inicia-se a fase de debates entre a acusação e a defesa. Tanto o Ministério Público quanto a defesa dispõem de 1h30min para apresentar suas teses, iniciando sempre pela acusação. Pode haver réplica e tréplica, caso em que a acusação (réplica) e a defesa (tréplica) terão 1h para manifestação, se desejarem.
Encerrados os debates, os quesitos são apresentados ao Ministério Público e à defesa para ponderações, se houver. Após a definição dos quesitos que serão postos em votação, a juíza os lê em plenário. Se não houver pedidos de esclarecimentos, o plenário é esvaziado, permanecendo apenas os jurados, a escrivã, os promotores de Justiça e a defesa do réu.
O voto dos jurados
O voto dos jurados é secreto, e o resultado da votação é decidido pela maioria. Após a votação, há um intervalo para que a juíza elabore a sentença com base no resultado. Todos retornam ao plenário para que a juíza leia a sentença final.