Devido ao retorno da estabilidade no clima do Sul do país, o Rio Guaíba, que banha a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, voltou a baixar nesta quarta-feira (15), levando esperança ao povo gaúcho que há quinze dias vem sendo assolado pela maior crise climática já enfrentada pelo estado. Na última medição, realizada às 14h15, o nível do rio marcava 5,17 metros no Cais Mauá.
No dia 5 de maio, o Guaíba atingiu seu recorde, chegando a 5,35 metros e ultrapassando o marco registrado na enchente de 1941, de 4,76 metros. Vale ressaltar que a cota de inundação do lago é de 3 metros, ou seja, as águas tomaram conta da cidade.
Depois de chegar ao pico, o rio começou a baixar, marcando 4,57 no último sábado (11). Mas as chuvas retornaram, elevando novamente o nível do lago, que atingiu 5,25 metros por volta das 23h30 desta terça-feira (14).
As projeções apontavam que um novo recorde seria batido, podendo chegar a 5,50 metros entre esta segunda (13) e terça, mas elas não foram alcançadas. Agora, novas projeções indicam que o rio vai voltar a baixar lenta e gradualmente nos próximos dias.
Perdas no estado
Desde o início desta enchente histórica, o Rio Grande do Sul já registrou 149 mortes causadas pelas consequências adversas das chuvas. Dos 497 municípios do estado, pelo menos 449 já foram afetados, ou seja, 90% do território gaúcho. As informações constam no boletim divulgado pela Defesa Civil às 12h desta segunda.
As autoridades também contabilizam 108 desaparecidos e 806 feridos. Cerca de 614 mil pessoas estão fora de suas casas, sendo 538,2 mil acolhidas em casas de amigos ou familiares, e outras 76,5 mil recebidas em abrigos. Ao todo, 2,1 milhões de moradores foram atingidos de alguma forma.
Até agora, 76.588 pessoas foram resgatadas em locais perigosos, além de 11.427 animais. Os salvamentos contam com um efetivo de 27.651 pessoas, 4.405 viaturas, 340 embarcações e 45 aeronaves.