A Polícia Civil do Amazonas quebrou o sigilo das investigações e confirmou o nome do instrutor de artes marciais preso por estupro em SC na semana passada. Trata-se de Alcenor Alves, de 45 anos, professor de Jiu-Jitsu em Manaus.
Com uma ordem de prisão expedida pela justiça daquele estado, os policiais o localizaram na manhã de sábado (23). Ele estava num evento de lutas em Balneário Camboriú. Alcenor estava mais uma vez coordenando uma equipe de crianças e adolescentes que participavam do evento.
De acordo com a Justiça do Amazonas, Alcenor responde por acusações de estupro de vulnerável e exploração sexual. Além disso, as investigações apontam até o momento que 12 meninos foram vítimas do faixa-preta.
Os supostos abusos aconteciam há pelo menos 15 anos durante viagens para competições, como relatou o bicampeão mundial de Jiu-jitsu Matheus Gabriel. Da mesma forma, a estrela do Jiu-Jitsu deu entrevista à TV Globo e relatou como era a violência sexual que sofria.
Perfil das vítimas
“A gente viaja muito para lutar campeonato brasileiro, mundial das outras confederações, era sempre São Paulo e Rio. Depois, ele foi me tocando e eu acordado. Criança, na época… Eu fiquei em choque. Além disso, eu não sabia como reagir”, relatou Matheus. O atleta sofreu o primeiro abuso aos 11 anos e foi uma das vítimas a realizar a denúncia.
A delegada responsável pelo caso, Juliana Tuma destacou que o perfil das 12 vítimas que procuram a polícia era bem semelhantes. “O perfil dessas vítimas todas eram de baixa renda, outras também com questões de vulnerabilidade econômica e social e que só tinham o esporte ali como saída para uma vida de sucesso”, destacou a delegada.
Prisão durante competição em Santa Catarina
Preso por estupro em SC, Alcenor Alves participava como coach em uma competição de Jiu-Jitsu voltada para crianças e adolescentes, em Balneário Camboriú. A cidade é considerada um dos principais polos do MMA no Brasil. Além disso, por meio de uma nota oficial divulgada, a White House Jiu-Jitsu, equipe onde o faixa-preta dava aulas, se manifestou sobre o caso envolvendo o professor.
“Diante das notícias e dos últimos acontecimentos que envolveram o nosso diretor técnico de alto rendimento Alcenor Alves e da nossa escola, viemos ao público e a comunidade do Jiu-Jitsu informar que estamos no mercado desde março de 2017 e sempre pautamos pelos pilares e princípios do Jiu-Jitsu.
A nossa escola é referência no ensino da formação de campeões, contando com um corpo de seis professores graduados entre a faixa marrom e preta, que trabalham diariamente no ensino do Jiu-Jitsu, e nunca fomos alvo de denúncias sobre qualquer fato que venham denegrir ou ameaçar a integridade das pessoas”, concluiu a Nota.