Região Grande Florianópolis

Presságio: entenda o envolvimento de vereador e servidores

Seis servidores foram exonerados na 3ª fase da operação; saiba quem são

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Presságio: entenda o envolvimento de vereador e servidores
Da esquerda para direita, o vereador Gui Pereira, Kelly Mattos Figueiredo e Anderson Martins da Silveira. Foto: Reprodução

A Polícia Civil deflagrou, na manhã de sexta-feira (28), a terceira fase da Operação Presságio, que investiga o suposto envolvimento de servidores no desvio de recursos públicos em Florianópolis. Foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão na Capital e em São José, contra 19 alvos, além de seis ordens de afastamento de cargos públicos de servidores.

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Os seis servidores afastados são a secretária Municipal do Continente, Kelly Mattos de Figueiredo; o gerente de Pagamentos e Prestação de Contas da Secretaria da Fazenda de Florianópolis, Guilherme Dias Pires; o chefe do Departamento Administrativo Financeiro da Fundação Municipal de Esportes, Erick Klauss Assis Schmidt; o servidor terceirizado da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte, Ezequiel Luiz Costa de Lima; o funcionário em cargo de comissão na Câmara de Vereadores, Adriano de Souza Ribeiro e o superintendente de Pesca, Maricultura e Agricultura da Prefeitura, Adriano Weickert, que já deixou a pasta pois é pré-candidato a vereador.

Além destes, o vereador Gui Pereira (PSD) também está sendo investigado. Mandados foram cumpridos em sua residência e também, na Câmara de Vereadores. Outro dos alvos é o presidente do Esporte Clube Fernando Raulino e ex-gerente de Captação de Recursos na Secretaria Municipal de Governo, Anderson Martins da Silveira.

Envolvimento da secretária do Continente

Kelly Mattos Figueiredo, exonerada do cargo de secretária do Continente ainda na sexta-feira, ao qual foi nomeada em janeiro deste ano no lugar do vereador Gui Pereira, é apontada pelo inquérito como “testa de ferro” no esquema criminoso, chefiado pelo ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Ed Pereira, que está preso desde a segunda fase da operação, deflagrada em 29 de maio.

De acordo com a investigação, ela seria redatora dos projetos das associações vinculadas ao vereador Gui Pereira, os quais eram utilizados para desviar as verbas da administração municipal. A polícia conseguiu interceptar conversas entre ela e o ex-diretor de Projetos da Fundação Franklin Cascaes, Renê Justino, que também foi preso na segunda fase da ação. Nas mensagens trocadas, eles elaboravam projetos para o desvio de recursos.

Ainda conforme o processo, Kelly também estaria ligada à nomeação de pessoas envolvidas no esquema em cargos públicos, além de facilitar transferências financeiras suspeitas. A polícia acredita que isso “demonstra sua participação ativa e consciente no esquema de desvio de recursos públicos”. Ela teria sido exonerada pois, segundo o documento, mantê-la no cargo permitiria que Ed Pereira continuasse obtendo vantagens indevidas.

A defesa da ex-secretária, em nota, informou que ela não está envolvida em atividades ilícitas relacionadas à contratação de associações ou recebimento de vantagens.

Vereador Gui Pereira

A investigação aponta, ainda, que o vereador Gui Pereira seria um dos principais recebedores de desvios de recursos envolvendo a Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte. Mais conversas interceptadas deram à polícia indícios de que ele seria “dono” de diversos projetos sociais amparados por associações vinculadas à secretaria. A defesa do parlamentar nega sua participação no esquema.

Envolvimento de Anderson Martins da Silveira

Anderson Martins da Silveira, que já foi secretário da Comissão de Promoção da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte e atualmente é presidente do Esporte Clube Fernando Raulino, é apontado como participante do esquema devido a transferências de alto valor para a conta da esposa de Ed Pereira, Samantha Brose.

Além disso, a sede do Clube Fernando Raulino também foi um dos endereços do Instituto Bem Possível. Mensagens encontradas no celular de Renê Justino indicam que Anderson auxiliava na elaboração de projetos para desviar recursos, os quais, de acordo com a suspeita da polícia, seriam usados para pagar “cabos eleitorais” para campanhas políticas.

O advogado de Anderson, Alessandro Marcelo de Sousa, alega que o fato de ele ter sido mencionado no documento não o vincula diretamente ao esquema. Conforme a defesa, a todas as acusações em que Anderson é citado, ele possui “explicações plausíveis”.

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