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Operação apura fraudes no sistema de vacinação do Ministério da Saúde

Segunda fase da Operação Venire tem como alvos agentes públicos

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Operação apura fraudes no sistema de vacinação do Ministério da Saúde
Foto: Arquivo / Polícia Federal

A Polícia Federal deflagra, nesta quinta-feira (4), a segunda fase da Operação Venire. A ação apura a existência de uma associação criminosa responsável pelo crime de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), ambos do Ministério da Saúde.

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Neste sentido, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República, contra agentes públicos vinculados ao município de Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro. Esses servidores, portanto, seriam responsáveis por viabilizar a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas.

Além disso, a ação tem como objetivo identificar novos beneficiários do esquema fraudulento. Ao todo, são cumpridos dois mandados, nas cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Duque de Caxias (RJ). Até o momento, ainda não foram divulgadas informações sobre prisões ou apreensões realizadas ao longo dos trabalhos, que começaram bem cedo.

Ex-prefeito e secretária de saúde são alvos da operação

Entre os alvos da operação de hoje, estão o ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis e a secretária de Saúde do município, Célia Serrano. Atualmente, Reis é secretário estadual de Transporte da gestão Cláudio Castro (PL). Ele era aliado de Jair Bolsonaro e irmão do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).

Em março, a PF indiciou Bolsonaro, Gutemberg Reis e Mauro Cid no inquérito da fraude das carteiras de vacina. Eles foram acusados dos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.

De acordo com a investigação, a falsificação dos certificados pode ter sido feita pelo grupo “para permitir que seus integrantes, após a tentativa inicial de golpe de Estado, pudessem ter à disposição os documentos necessários para cumprir eventuais requisitos legais para entrada e permanência no exterior (cartão de vacina), aguardando a conclusão dos atos relacionados a nova tentativa de golpe de Estado que eclodiu no dia 8 de janeiro de 2023”.

As investigações apontam ainda que um grupo ligado ao ex-presidente inseriu as informações falsas no sistema do Ministério da Saúde poucos dias antes de Bolsonaro viajar aos Estados Unidos, em dezembro de 2022, último mês do mandato dele. Na época, os Estados Unidos exigiam comprovante de vacinação para admitir a entrada de estrangeiros.