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Em fase de testes, viagra eletrônico terá controle remoto e marcapasso

Dispositivo que promete ser discreto deve estar no mercado em 2027

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Em fase de testes, viagra eletrônico terá controle remoto e marcapasso
Foto: divulgação

Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que atualmente cerca de 150 milhões de homens em todo o planeta têm dificuldade de ter uma ereção. Apesar do assunto ainda ser tratado como um tabu na sociedade, uma pesquisa desenvolvida na Suíça criou um equipamento eletrônico que promete uma solução discreta para quem não está conseguindo funcionar na hora H. Entre os pesquisadores, é claro, está um brasileiro.

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Rodrigo Araújo, que vive na Suíça, passou mais de dez anos pesquisando o assunto. O resultado ganhou o nome de CaverSTIM, o “viagra eletrônico”, uma espécie de marcapasso com um neurotransmissor em que os eletrodos são implantados por meio de cirurgia na região pélvica.

Ao ser acionado o controle remoto, o dispositivo entrega estímulos nos nervos que causam a ereção. Tudo isso com muita discrição já que todo o funcionamento é interno. Ou seja, não há nada aparente que possa expor a pessoa que sofre com a doença.

Ainda de acordo com os pesquisadores em Saúde, é possível deixar o controle remoto na mesa de cabeceira, por exemplo, ou na gaveta das camisinhas, e ativar discretamente o dispositivo enquanto pega um preservativo.

Atualmente, o “viagra eletrônico” ainda está em fase de testes com pessoas que tiveram que retirar a próstata. Segundo os pesquisadores, não houve efeito colateral e a fase inicial foi considerada um sucesso. A próxima etapa é expandir o teste para 150 homens. A expectativa é de que ele seja apresentado aos órgãos reguladores para ir ao mercado até 2027.

Neste caso, o equipamento é usado como terapia. O paciente passa a dar “cargas” de estímulo acionando o botão. Tudo é feito com acompanhamento médico. Depois de alguns meses, ele consegue voltar à rotina normal.

Os pesquisadores dizem que 12 pacientes nesta condição receberam o dispositivo e conseguiram voltar à vida sexual sem precisar acionar o “viagra eletrônico” por controle remoto. Ou seja, tiveram uma ereção como antes.

Atualmente, o tratamento mais comum para disfunção erétil é o uso do citrato de sildenafila ou a tadalafila, conhecidos comercialmente como Viagra e Cialis, respectivamente. Para se ter uma ideia, em 2023, o serviço de saúde britânico distribuiu mais de quatro milhões de medicamentos para disfunção erétil, um número recorde.

O problema é que, em 30% dos casos, os homens não respondem ao remédio e são necessários outros métodos, mais invasivos, e que expõem o paciente na hora do sexo: a injeção peniana e a prótese.

A injeção peniana é a mais usada e estimula a circulação de sangue no pênis, levando à ereção. Ela precisa ser aplicada de cinco a quinze minutos antes do sexo. Ou seja, o paciente precisa fazer a aplicação quando já está perto de transar – o que pode gerar constrangimento.

A outra opção é a prótese peniana. Em uma cirurgia, são implantados dois cilindros, que ficam ao longo do pênis, e uma bomba, que fica no saco escrotal. Tudo é feito por dentro da pele, mas para que o pênis suba, é preciso bombear o dispositivo na hora H.

“É um constrangimento porque nenhuma das duas opções é natural para a pessoa que tem a disfunção. Ter que bombear ou aplicar uma injeção na hora do sexo quebra o clima. A ideia do dispositivo é trazer conforto e discrição”, disse Rodrigo Araújo.