
Em um evento para filiados ao PL realizado nesta quinta-feira (20), Jair Bolsonaro se pronunciou sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). “Caguei para a prisão”, disse ele publicamente com palavras de baixo calão. Essa foi a forma de comunicar que não se importa com a possível prisão.
“Não poderia continuar vendo o meu país se deteriorar, se acabar, se afundar. Um país onde se rouba a esperança do seu povo. O tempo todo: ‘Vamos prender o Bolsonaro’. Caguei para prisão”, afirmou o ex-presidente em seu discurso.
Ele afirmou ainda que não há nada mais contra ele além de narrativas. Enfim, essa foi a primeira vem em que o ex-presidente Bolsonaro se pronunciou sobre a denúncia da PGR contra ele e outros 33 acusados.
Denúncia da PRG contra Bolsonaro
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) por participação em uma trama que tinha o objetivo de executar um golpe de estado no Brasil. A denúncia aconteceu no último dia 18 de fevereiro.
De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, a trama golpista tinha como intuito manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota frente ao petista Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.
Agora a denúncia será apreciada pela Primeira Turma da Corte após ser liberada pelo relator, ministro Alexandre de Moraes. Em novembro do ano passado a Polícia Federal indiciou Bolsonaro e outras 39 pessoas, contudo o ex-presidente nega as acusações.
Saiba quais os próximos passos após denúncia e leia também: PGR denuncia Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado – Guararema News
Quais são os crimes atribuídos a Bolsonaro
Os 34 denunciados receberam a acusação de cometerem os seguintes crimes:
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
- Deterioração de patrimônio tombado.
Inquérito da Polícia Federal
A Polícia Federal apontou em suas investigações que a trama golpista envolveu a participação de militares, assessores e ministros do governo Bolsonaro.
Um dos elementos obtidos pela investigação foi a confirmação de um encontro entre Bolsonaro e os então comandantes das Forças Armadas em dezembro de 2022 no qual foram apresentadas ações que possibilitariam um golpe.
Contudo, os planos de Bolsonaro não foram adiante, pois parte do comando do Exército Brasileiro não aderiu a ideia golpista. O ex-comandante do Exército Freire Gomes disse em depoimento à PF que Bolsonaro detalhou a possibilidade de ações golpistas para impedir a posse de lula.
Entretanto, ele e o ex-comandante da Aeronáutica Baptista Junior adotaram uma postura contra a proposta, enquanto o comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, “teria se colocado à disposição do presidente da República”.