A alimentação escolar da Rede Estadual de Ensino em Santa Catarina agora terá pinhão no cardápio das crianças. Além disso, o alimento tradicional catarinense vai ser todo adquirido de pequenos produtores e empreendimentos da economia solidária e agricultura familiar. Esse é o resultado de uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina nesta quarta-feira (13), durante a edição do Alesc Itinerante, em Lages. A autoria da lei é dos deputados Neodi Saretta (PT) e Marcos José de Abreu – Marquito (PSOL).
“Todos os anos, Santa Catarina é campeã na produção de pinhão no país. A região serrana é a responsável por essa produção. Além disso, ficamos muito felizes com a construção coletiva da lei, com o colega Sarreta, e também consultando uma série de produtores, cooperativas e associações que atuam nessa atividade extrativista”, afirmou Marquito no plenário.
Além de fortalecer a agricultura familiar, a iniciativa legislativa favorece a saúde da comunidade escolar. De acordo com análise da Embrapa Florestas, o pinhão é composto por vários minerais (cobre, zinco, manganês, ferro, magnésio, cálcio, fósforo, enxofre e sódio), mas merece destaque o fornecimento de potássio. São encontrados ainda no pinhão os ácidos graxos linoléico (ômega 6) e oléico (ômega 9), que contribuem para a redução do colesterol e a prevenção de doenças cardiovasculares.
Produção em SC
Em 2024, a produção de pinhão em Santa Catarina deve chegar às 5,7 mil toneladas, o que representa um aumento de 30% em relação a 2023. A colheita do pinhão no estado ocorre de 1º de abril ao final de julho.
O município de Painel é o maior produtor de pinhão de Santa Catarina, com uma expectativa de colheita de cerca de 2,2 mil toneladas.
A produção de pinhão é importante para a renda de cerca de 30% das 16 mil famílias de produtores rurais da Serra Catarinense. O pinhão é a semente da araucária e a sua produção movimenta uma cadeia produtiva sustentável.
A produção de pinhão pode variar de ano para ano, pois uma pinha leva cerca de 32 meses para amadurecer. As condições climáticas dos três anos anteriores interferem na quantidade e na qualidade das sementes.