Região Balneário / Itajaí

Pensão por morte deixada pelo filho

Benefício revela o vínculo maravilhoso entre mães e filhos

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Pensão por morte deixada pelo filho
Foto ilustrativa / Freepik

As causas que mais me marcaram na vida profissional estão sempre relacionadas às pensões por morte. Entre as histórias que não gosto de ouvir, estão as de mães que perderam os filhos precocemente.

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Por muitas vezes, pus-me a pensar sobre isso, o quanto há uma sensação de injustiça envolvida num falecimento de um filho, o quanto é de uma dureza inimaginável.

Há algum tempo atendi uma jovem senhora que havia perdido o filho com apenas 19 anos, vítima de um câncer. Do diagnóstico à perda, poucos meses.

Ela estava inconsolável. Não há nada que compense, embora ela tentasse de alguma forma provar ao INSS e ao Juízo que preenchia os requisitos para ganhar o benefício da pensão.

Nesses casos, o INSS concede a pensão por morte desde que a mãe ou pai, mesmo que socioafetivos, comprovem a dependência econômica com aquele que já nos deixou. É necessário comprovar que era cuidado pelo filho falecido, que ele supria necessidades financeiras e residia no mesmo endereço.

Há mães que já no primeiro atendimento reforçam: “eu sempre cuidei dele ou dela”. Pois então, a situação precisaria ter ocorrido ao contrário, a mãezinha deveria dizer: “eu fui muito cuidada por ele”.

Houve uma certa vez em que uma mãe enlutada trouxe-me dezenas de notas fiscais em nome do filho. Ele tinha comprado todos os eletrodomésticos para a casa da mãe, que pode comprovar até que o corte de cabelo dela era pago por ele.

Outra demonstrou por A mais B que a renda exclusiva do grupo familiar era proveniente do salário de professor do filho. Nesses casos, houve o pagamento do benefício pelo INSS, sem nenhuma oposição.

Essas histórias revelam a profundidade do amor e do cuidado que transcendem gerações. Cada nota fiscal, cada prova de dependência econômica, é um testemunho silencioso de um vínculo que a morte não pode romper.

É um lembrete de que, mesmo nas circunstâncias mais dolorosas, o amor permanece como um elo eterno, iluminando a escuridão da perda com a luz do cuidado e da memória. 

Que todas as mães que enfrentam essa dura realidade encontrem a força necessária para seguir adiante, sabendo que seus filhos continuam a cuidar delas, de uma forma ou de outra, para sempre em seus corações.

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