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No RS, Amin lembra pacto de não-demissão na enchente histórica de Blumenau

Senador catarinense falou da catástrofe que atingiu SC há 41 anos

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No RS, Amin lembra pacto de não-demissão na enchente histórica de Blumenau
Senador Esperidião Amin. Foto> divulgação

O senador Esperidião Amin que integra a Comissão Temporária Externa que acompanha a situação do Rio Grande do Sul, esteve no estado gaúcho nesta quinta-feira (23), com os demais senadores que integram a comissão, para visitar um hospital de campanha e um alojamento, em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre, além de participarem de uma audiência com autoridades e com o governador Eduardo Leite, em Canoas. 

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“As visitas que nós fizemos aqui me fez viajar 41 anos atrás. Por isso que eu venho trazer aqui são três observações e um compromisso. O compromisso não é individual, nem é da comissão. Estou convencido que é do Congresso Nacional e do povo brasileiro de contribuir com persistência, para que o povo do Rio Grande do Sul, que tem energia, que tem valor e tem valores, promova reconstrução vai contar com a nossa torcida e com a nossa atuação”, destacou Amin.

A primeira observação que Amin citou, foi da experiência que teve como governador do estado na enchente de Blumenau, em 19833. 

Foto: divulgação

“O governador (Eduardo Leite) falou quando eu cheguei que tinha conversado com o prefeito de Blumenau. No 37º dia da enchente, nós tivemos o 6º repique em 1983, e uma noite de luar assistiu a mais uma inundação porque estava chovendo em Rio do Sul, nas cabeceiras, como se diz a última inundação foi sob a luz do luar, ou seja, as ironias de uma enchente exigem muito espírito, ânimo, alma, então nós temos que nos escorar como diz o evangelho: suportai vos uns aos outros, nos dois sentidos da palavra, escorai vos e aturai vos. Nós temos que ter esse ânimo”, lembrou Amin.

A segunda observação que o senador fez, foi referente a questão da reconstrução do estado gaúcho.

“Não basta reconstruir ou reformar. Eu aprendi com um catarinense de Mondaí, porque eu perguntei pra ele. Você quer reconstruir a sua casa, a mesma casa? Não, eu não quero, porque eu moro aqui há 36 anos, mas sei que ali não dá, disse o morador. Ou se cria um outro sistema de outro dispositivo de segurança ou vai ter que ter uma reconstrução melhor”, destacou Amin.

Rua XV de Novembro, perto da prefeitura de Blumenau, em 1983. Foto: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva

A terceira e última observação do senador Amin durante a audiência, foi referente a questão de natureza econômico financeiro e social. 

“Nós conseguimos (quando governador em SC durante as enchentes), graças aos dirigentes de sindicatos de trabalhadores e de empresários, construir um pacto de não demissão, não demissão e motivada na iniciativa privada por seis meses. Não posso deixar de mencionar que o então presidente Fiesc, Bernardo Wolfgang Werner, foi o líder disso. E os microempresários, que tanto podem dar o maior desespero, quanto podem dar a maior e mais efetiva e rápida esperança: pacto de não demissão”, disse.

Amin finalizou sua manifestação destacando o projeto de pagamento da dívida do Rio Grande do Sul deliberado em Brasília.

“Nós tivemos proposta pra quitar a dívida do Rio Grande do Sul, e eu votei a favor, não votei pra embaraçar o governo federal não votei porque pelo que eu sei os 11 bilhões que estão liberados de pagamento da dívida do Rio Grande, um ano mais ou menos, são agravados por 12 de juros. Então, acho que contribuir de maneira federativa para que isso aconteça, ou seja, resolver correta e federativamente a questão financeira pra permitir que essa reconstrução melhor possa acontecer esse é o nosso compromisso e tenho certeza que não apenas com a comissão mas com o congresso o Rio Grande do Sul pode contar”, finalizou.

Amin, então governador de Santa Catarina, durante a enchente de 1983. Foto: arquivo

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