Região Blumenau

Músico catarinense é condenado a 17 anos de prisão pelo 8 de janeiro

Angelo Sotero de Lima trabalhava como palestrante motivacional de vendas

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Músico catarinense é condenado a 17 anos de prisão pelo 8 de janeiro
Ângelo foi preso durante os atos antidemocráticos. Foto: divulgação

O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu na noite de sexta-feira (24) o julgamento de mais um grupo condenando cinco réus nos processos sobre os crimes praticados no 8 de janeiro, em Brasília. Entre eles estava o morador de Blumenau Angelo Sotero de Lima, de 58 anos. Todos os cinco pegaram 17 anos de prisão.

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Angelo foi o terceiro catarinense a receber condenação até o momento. No total o STF já condenou 25 pessoas pela depredação da sede do STF, do Congresso e do Palácio. Os cinco réus desta leva foram condenados por crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado.

Saiba quem é o morador de Blumenau condenado

Angelo é natural de Urubici, mas mora há mais de 20 anos em Blumenau, onde se apresenta nas redes sociais como músico, sendo um dos autores da letra do hino oficial da cidade de Itapema, no Litoral do estado. Por alguns anos, costumava se apresentar em bares e restaurantes da região na dupla “Ângelo e Cristina”.

Outra atividade que costumava exercer era a de palestrante motivacional de vendas, ministrando aulas sobre “hora da virada”. Ângelo também é jogador de poker pela internet, e ostentava seus resultados nas redes sociais. No Instagram, compartilhou fotos e vídeos participando de atos golpistas, incitando cassação de ministros do STF e pedindo intervenção militar.

Preso logo após os atos do 8 de janeiro, ele permaneceu nas celas do presídio da Papuda, em Brasília até 7 de agosto, quando ganhou liberdade provisória, mas foi obrigado a permanecer de tornozeleira eletrônica. Ele também foi proibido de usar redes sociais, teve seus passaportes cancelados, além de outras medidas.

Logo após sua prisão, familiares organizaram uma vakinha na internet com a intenção de arrecadar R$ 1 mil para Ângelo. No entanto, apenas quatro pessoas doaram um total de R$ 120.

Quem são os outros quatro condenados

Fotos: Divulgação

Ana Paula Neubaner Rodrigues, de 35 anos, é empresária em Ipatinga (MG), onde foi candidata a vereadora em 2020, pelo Patriotas, recebendo apenas 17 votos. Nas redes sociais, se apresenta como “influenciadora de direita e do Bolsonaro”, onde aparece em fotos junto com políticos bolsonaristas como o deputado federal Nicolas Ferreira (PL) e Bruno Engler (PL).

À Polícia Federal, Ana Paula revelou que trabalha como confeiteira, e disse que foi detida dentro do Palácio do Planalto. Antes disso, estava nas manifestações acompanhada de dois amigos. Contou também, que se perdeu deles quando começou o quebra-quebra. Disse também, que quando começaram a soltar bombas de gás, ela ficou com medo e decidiu esperar a polícia e foi levada para a PF.

Alethea Verusca Soares, 49 anos, é cabelereira em São José dos Campos, interior de São Paulo, e tem registro como Micro Empreendedora Individual (MEI). Foi presa no dia 8 de janeiro logo após os atqques, mas estava em Brasilia desde 9 de dezembro, período em que aparece em diversas imagens dos atos antidemocráticos. No seu celular, um dos vídeos foi salvo por ela com o sugestivo nome de ‘tomada de poder’. Alethea foi apontada pelo Ministério Público como uma das financiadoras dos atos antidemocráticos.

Rosely Pereira Monteiro é microempresária na cidade de Colíder, no Mato Grosso, a cerca de 600 quilômetros ao Norte de Cuiabá. Em seu depoimento, Rosely disse que participou dos atos em brasília na intenção de “salvar o Brasil” e “impedir as mulheres e crianças de se tornarem escravas sexuais”. Ela esteve acampada em Brasília em frente aos QGs do Exército, nos dias que antecederam os ataques. Ao ser presa, por volta das 17h40 do 8 de janeiro, Rosely enviou um áudio para uma amiga: “Lilian não deu certo a invasão… tô sendo presa agora”.

Eduardo Zeferino Englert é empresário em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e se tornou o primeiro réu do 8 de janeiro a conseguir derrubar uma decisão da Corte. Eduardo chegou a ser condenado na terça-feira (7) de novembro, mas a decisão foi anulada, sendo remarcada uma nova data para um novo julgamento. Isso porque um laudo da Polícia Federal feito com base em georreferenciamento de celular, confirmou que Eduardo jamais passou pelo acampamento no QG do Exército.

Ele saiu de Santa Maria no dia 6, e chegou em Brasília no dia 8, às 14h15, quando a manifestação já havia começado. Após circular pela Praça dos Três Poderes, o empresário se aproximou do Palácio do Planalto, momento em que um helicóptero fez um voo rasante e despejou bombas de efeito moral. Nesse instante, Eduardo afirma ter entrado na sede do governo, assustado, para buscar abrigo, e acabou preso. Ele ficou por sete meses no Presídio da Papuda, em Brasília, até ser liberado para aguardar pelo julgamento em liberdade, com tornozeleira eletrônica