O júri popular do caso do ataque à creche em Blumenau foi retomado no começo da tarde desta quinta-feira (29), por volta das 13h30min. No período da manhã, além do delegado Rodrigo Raitz, que revelou detalhes da investigação do crime, foram ouvidos mais um policial, funcionárias do CEI Cantinho Bom Pastor e familiares das vítimas.
Porém, o depoimento mais aguardado era do réu, preso desde o dia do massacre. Ele chegou ao Fórum de Blumenau no início da manhã, pouco antes das 8h, mas foi mantido em uma cela. Somente às 12h15min, o acusado entrou no Salão do Júri. Foi a primeira vez que os parentes das crianças ficaram frente a frente com o assassino.
Depoimento com poucas palavras
O depoimento do réu durou apenas 9 minutos. O acusado se limitou a responder as perguntas formuladas pelo advogado de defesa e confessou ter cometido quatro homicídios e mais cinco tentativas.
Sobre a motivação do crime, o réu não esclareceu muita coisa. Disse que tudo começou quando morava com seu padrasto. Foi nessa época que ele começou a usar drogas.
Além disso, o acusado alegou sofrer perseguição, afirmando que “colocaram uma espécie de chip” no seu olho, onde a polícia conseguia ver e ouvir tudo o que ele fazia.
Às 12h25, foi encerrado o depoimento do acusado. Na sequencia, foi feita uma pausa para almoço. Às 13h30, o julgamento foi retomado com os debates.
Leia também: “Intenção era matar o maior número de crianças possível”, diz delegado
Continuidade do júri popular
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) tem uma hora e meia para expor sua tese. Os promotores de Justiça Guilherme Schmitt e Rodrigo Andrade Viviani fazem uso da palavra.
“Hoje queremos que ele seja condenado pelas quatro crianças que ele matou e pelas cinco crianças que ele tentou matar. O Ministério Público não poupará esforços para fazer Justiça”, declarou Rodrigo.
Quando terminarem os debates, os quesitos serão apresentados ao Ministério Público e à defesa para ponderações, se houver. Após a definição dos quesitos que serão postos em votação, a juíza os lê em plenário.
Se não houver pedidos de esclarecimentos, o plenário será esvaziado, permanecendo apenas os jurados, a escrivã, os promotores de Justiça e a defesa do réu. O voto dos jurados é secreto, e o resultado da votação é decidido pela maioria.
Após a votação, haverá um intervalo para que a juíza elabore a sentença com base no resultado. Todos retornam ao plenário para que a juíza leia a sentença final.
O portal Guararema News decidiu não divulgar o nome, a foto e as imagens do autor do ataque à creche. Faremos uma cobertura especial, que você pode acompanhar pelo site, redes sociais e pela Rádio Massa Blumenau, em 103,5 FM.