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Jair Júnior se torna réu após denúncia e será expulso do Podemos SC

O político responderá por pelo menos quatro crimes no âmbito da violência doméstica

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Jair Júnior se torna réu após denúncia e será expulso do Podemos SC
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Após ser preso em flagrante por violência doméstica, o vice-prefeito de Lages, Jair Júnior, se tornou réu em ação penal, após denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).  Ele responderá pelos crimes de lesão corporal (duas vezes), cárcere privado, perseguição e invasão a dispositivo de informática. Isso tudo levou o Podemos a decidir pela expulsão do político do partido.

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Jair foi preso no dia 22 de março após agredir a ex-namorada e mantê-la em cárcere privado por pelo menos 12 horas. Porém, mesmo com o pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pela prisão preventiva durante a audiência de custódia, o agente político pagou uma fiança e foi liberado.

Expulsão do Podemos

Na noite desta quarta-feira (16), em reunião, os líderes do partido decidiram por expulsar o político devido às denúncias de violência doméstica. Assim, o pedido formal pela expulsão deve ser encaminhado ainda hoje, quinta-feira (17). Vale salientar que o Podemos é comandado por uma mulher em Santa Catarina, a deputada estadual Paulinha.

Detalhes da denúncia contra Jair Junior

O episódio repercutiu rapidamente em todo o estado, por envolver violência contra mulher. Diante dos acontecimentos, a sequência das apurações trouxe à tona novos fatos, e agora ele foi denunciado pela 10ª Promotoria de Justiça e se tornou réu em uma ação penal por duas lesões corporais, cárcere privado, perseguição e invasão a dispositivo de informática. 

Segundo a denúncia, o vice-prefeito Jair Júnior já havia agredido a ex-namorada pelo menos uma vez, no primeiro dia do ano, logo após tomar posse para o cargo público. Na época, os dois ainda namoravam, e o agente político teria apertado os braços e o rosto da vítima por ela não querer postar uma foto com ele nas redes sociais. 

Todavia, na noite anterior à prisão, o réu teria convencido a ex-namorada a entrar no carro para tentar reatar o relacionamento. Porém, ao perceber que não atingiria o objetivo, ele teria dado a partida no veículo e levado a vítima à força até sua casa, chaveado todas as portas e janelas para que ela não pudesse deixar o local, e ligado o ar-condicionado para que possíveis pedidos de socorro não fossem ouvidos pelos vizinhos. 

Então, Jair Júnior teria se trancado no banheiro e tentado, sem sucesso, acessar o celular da ex-namorada. Na sequência, ele teria saído do cômodo e pedido a senha do aparelho para apagar mensagens comprometedoras, mas não teria sido atendido, então, teria desferido tapas no rosto da vítima e a sufocado com um travesseiro. 

A moça só foi liberada do cárcere depois de dizer que amava o agressor e que não o denunciaria. Porém, mais tarde, ela foi convencida pela irmã a ir até a delegacia registrar um boletim de ocorrência e teria sido seguida pelo agente político enquanto se dirigia ao local.

A prisão em flagrante ocorreu na rua pela guarnição de plantão e, posteriormente, expediu-se uma medida protetiva para impedir qualquer aproximação. 

Fatos anteriores de agressões

A denúncia ainda cita vários episódios anteriores em que o agente político teria perseguido a vítima, frequentando os mesmos lugares que ela, enviando mensagens ameaçadoras, acompanhando sua rotina por meio do perfil do Instagram de uma repartição pública, fazendo ligações de números desconhecidos e estacionando o carro próximo à residência dela para coagi-la.

Com informações do Ministério Público de Santa Catarina

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