Uma ampla investigação envolvendo integrantes de uma facção criminosa, iniciada primeiramente em 2021, resultou na condenação de quatro réus em Balneário Piçarras. Os crimes, associados ao tráfico de drogas e armas, lavagem de dinheiro, falsificação, bem como, agiotagem, somaram penas que chegam a 126 anos de prisão. As penas variam entre oito anos e quatro meses e 48 anos e 10 meses de reclusão, em regime fechado.
A Polícia Federal (PF) e a Polícia Militar (PM) realizaram a operação, deflagrada em abril de 2023. Ela começou com a apreensões de armas em rodovias do país, vindas de Santa Catarina, incluindo a apreensão de 35 pistolas e seis fuzis. Em novembro de 2021, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou as apreensões em um município da Baixada Fluminense, Estado do Rio de Janeiro. A investigação também se baseou, sobretudo, na apreensão de 700 kg de cocaína, 350 kg de maconha e 45 kg de crack.
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), os réus, cientes das práticas criminosas, associaram-se de forma permanente para cometer repetidamente os crimes. Eles eram responsáveis pela compra, transporte, armazenagem e comercialização de drogas e armas, além de ocultar e dissimular a origem ilícita de bens e valores obtidos com os crimes da organização.
Durante o processo judicial, diversas testemunhas foram ouvidas: oito arroladas exclusivamente pelo Ministério Público ou de forma conjunta com a defesa, além de 24 testemunhas indicadas pelas defesas dos réus. O poder judiciário também interrogou os acusados.
Juiz confiscou os bens dos acusados
A Justiça declarou a perda dos bens apreendidos — carros de luxo e propriedades em várias cidades do Estado. Três dos quatro réus não obtiveram o direito de recorrer em liberdade. Segundo a Justiça, eles permaneceram presos durante todo o processo e não surgiram novos fatos que pudessem afastar as suspeitas sobre os crimes.
O juízo da 2ª Vara da Comarca de Balneário Piçarras proferiu a sentença de 173 páginas na última terça-feira (22/10). Os suspeitos ainda podem recorrer ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Outros 13 acusados da mesma facção criminosa, indiciados pelos mesmos crimes, aguardam julgamento devido à unificação com novos processos.