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Condenados pelo 8 de janeiro quebram tornozeleira e fogem do Brasil

Até o momento, STF condenou quatro moradores de Santa Catarina pelos atos antidemocráticos

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Condenados pelo 8 de janeiro quebram tornozeleira e fogem do Brasil
Ângelo, Gilberto e Raquel, o trio fujão de SC. Fotos: divulgação

Um levantamento divulgado nesta terça-feira (14) pelo jornalista Eduardo Militão, do Portal Uol, apontou que três dos quatro catarinenses condenados até agora pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 são considerados foragidos. Os três teriam arrancado a tornozeleira eletrônica e fugido para fora do Brasil. Os catarinenses fujões foram identificados como sendo o músico de Blumenau Ângelo Sotero, de 59 anos; o corretor de seguros de Balneário Camboriú Gilberto Ackermann, de 50 anos e a cabeleireira de Joinville Raquel de Souza Lopes, de 51.

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A condenação dos três chegou a ser noticiada pelo portal Guararema News, que acompanha os julgamentos de cidadãos catarinenses que respondem por crimes cometidos no dia dos protestos que destruíram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

De acordo com o levantamento, um total de 10 condenados quebraram a tornozeleira e fugiram para Argentina e Uruguai, após terem sido beneficiados com a liberdade provisória decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No total, 51 pessoas investigadas têm mandados de prisão em aberto ou são procurados após fugirem ao quebrar as tornozeleiras.

Gilberto Ackermann foi preso dentro do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro, e permaneceu preso até 7 de agosto, quando saiu para aguardar o julgamento em liberdade. Ao ser interrogado após a prisão e durante o processo, disse que foi a Brasília para se manifestar “pacificamente”. Também afirmou que a polícia estava orientando as pessoas a entrarem no Palácio do Planalto, “tendo em vista o conflito violento que ocorria na área externa”.

Raquel de Souza Lopes também foi presa dentro do Palácio do Planalto. Ao ser detida, afirmou que não quebrou nada e que estava no local junto com sua irmã para participar de manifestações. Segundo seu depoimento, ela se perdeu da irmã e entrou no Planalto para procurá-la, momento em que disse que bombas começaram a explodir. Ela, então, resolveu seu abrigar no interior do prédio.
Em seu interrogatório, Raquel afirmou que veio a Brasília “com intuito de orar pelo novo presidente eleito”. No entanto, nas suas redes sociais estão centenas de postagens de apoio a Bolsonaro e ódio a Lula e ao PT.
Raquel Lopes afirmou ter pago R$ 100 de passagem em um ônibus fretado até a Capital Federal. Também disse “que não pretendia auxiliar a depor o governo, que jamais faria isso, pois, até 31 de dezembro, orava pelo antigo governo, e, a partir de 1º de janeiro, passou a orar pelo novo governo”.

Angelo é natural de Urubici, mas mora há mais de 20 anos em Blumenau, onde se apresenta nas redes sociais como músico, sendo um dos autores da letra do hino oficial da cidade de Itapema, no Litoral do estado. Por alguns anos, costumava se apresentar em bares e restaurantes da região na dupla “Ângelo e Cristina”.

Outra atividade que costumava exercer era a de palestrante motivacional de vendas, ministrando aulas sobre “hora da virada”. Ângelo também é jogador de poker pela internet, e ostentava seus resultados nas redes sociais. No Instagram, compartilhou fotos e vídeos participando de atos golpistas, incitando cassação de ministros do STF e pedindo intervenção militar.

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