O ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, Ed Pereira, preso na última quarta-feira (29) na segunda fase da operação Presságio, teve mais um habeas corpus negado pela Justiça catarinense nesta segunda-feira (3). Ele e outros três homens foram detidos após o levantamento de evidências de crimes ambientais, corrupção passiva, corrupção ativa, associação criminosa, fraude a licitação e lavagem de dinheiro.
De acordo com a Polícia Civil, Ed Pereira seria recebedor de dinheiro público, proveniente de desvios de projetos sociais. O esquema também seria composto pelo ex-diretor de Projetos da Fundação Franklin Cascaes, Renê Justino; o professor de educação física terceirizado da Prefeitura da Capital, Lucas da Rosa Fagundes; e o ex-diretor financeiro da Liga das Escolas de Samba de Florianópolis (Liesf), Cleber Ferreira. Eles também estão presos.
Logo depois da prisão, a defesa do ex-secretário tentou um habeas corpus, mas o mesmo foi negado pela Justiça na última sexta-feira (31). Outra nova investida foi negada nesta segunda, mantendo Ed Pereira preso preventivamente. A tentativa teria como base a “legalidade da apreensão do celular de um coinvestigado, cujo conteúdo foi utilizado como fundamento para a prisão preventiva”. No entanto, a liminar foi negada pelo desembargador, que deixou o julgamento de mérito para o Colegiado.
“Embora houvesse autorização judicial para busca e apreensão do celular, a execução da medida foi excessiva e ilegal. O mandado não justificava a coação do coinvestigado para obtenção da senha no local”, alegou o advogado Claudio Gastão da Rosa Filho.
Retaliação na penitenciária
Ed Pereira relatou ao juiz, em audiência de custódia, que tem medo de sofrer retaliações na penintenciária da Agronômica, onde permanece preso, uma vez que sofreu um assalto há cerca de três anos, que resultou em uma operação com prisões e óbito em confronto.
O roubo ocorreu no Parque São Jorge, quando a esposa de Ed, Samantha Brose, estava com quatro meses de gestação. O ex-secretário explicou que se preocupa em como ter “cautela” no presídio, já que os acusados de terem o assaltado estão presos no mesmo lugar.