Nessa segunda-feira (19), um total de 80 representantes de entidades médicas, incluindo a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), assinaram uma carta reforçando o posicionamento contra a comercialização de cigarros eletrônicos no Brasil.
O documento divulgado alerta sobre os problemas de saúde que o uso de cigarros eletrônicos pode trazer. A carta afirma que o Projeto de Lei (PL), previsto para ser votado na próxima terça-feira (20) por uma comissão do Senado, é uma ameaça à saúde pública.
Chamados oficialmente de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF) os cigarros eletrônicos são proibidos no Brasil desde 2009 por meio de uma Resolução de Diretoria Colegiada da Anvisa. Em 2019, a agência voltou a discutir o assunto para possível atualização das normas adotadas.
Especialistas dizem que os cigarros eletrônicos não representam o fim do tabagismo, mas uma simples substituição dos cigarros tradicionais com malefícios parecidos. Além disso, afirmam que com os dispositivos surgiu uma nova doença denominada Evali.
Evali é uma doença pulmonar associada ao cigarro eletrônico e causa fibrose e outras alterações no sistema respiratório, podendo leva o paciente à UTI e até mesmo à morte, em decorrência de insuficiência respiratória.
Além disso, as entidades que assinaram o documento pontuam os gastos elevados com problemas decorrentes dos cigarros eletrônicos para o sistema de saúde. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, só em 2022 o Brasil gastou R$ 153,5 bilhões relacionados a tabagismo.