Nova crise sobre o preço dos alimentos assombra o governo Lula

Uma nova crise assombra o governo Lula após uma série de erros envolvendo a instrução normativa sobre a taxação do PIX. Desta vez, a oposição ganha espaço na mídia e nas redes sociais devido a uma possível medida relacionada às mudanças na rotulagem de alimentos.

A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) propôs recentemente ao governo a adoção de uma nova rotulagem, argumentando que a medida reduziria o preço dos alimentos. A proposta sugere substituir a frase “Válido até a data X” por “Melhor consumir até a data X” em alguns alimentos.

A lista de alimentos inclui enlatados, grãos e biscoitos, por exemplo. Segundo a ABRAS, outros países, como Estados Unidos, Canadá e membros da União Europeia, já utilizam essa abordagem.

Embora o governo ainda não tenha anunciado oficialmente tais medidas, o tema forneceu o impulso que a oposição precisava para intensificar suas críticas.

“A picanha não veio, e se vier, será podre”, provocou o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos mais ferrenhos opositores de Lula na Câmara dos Deputados. O vídeo publicado em suas redes sociais alcançou milhões de internautas em todas as regiões do Brasil, repetindo, dessa forma, o sucesso de seu conteúdo anterior, que, durante a crise do PIX, atingiu 350 milhões de visualizações.

Antes da publicação do vídeo, o Ministro da Casa Civil, Rui Costa, já havia anunciado que novas medidas seriam adotadas ainda no primeiro semestre para conter a elevação dos preços dos alimentos.

Estratégia

Após os erros na publicação de uma normativa sobre o PIX e a revogação da portaria, o governo federal decidiu que todas as portarias deverão passar pelo aval da Presidência da República, via Ministério da Casa Civil, antes de serem divulgadas.

Além disso, o Palácio do Planalto realizou mudanças na Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), que possui status de Ministério. O governo substituiu Paulo Pimenta, responsável pela pasta desde o início do terceiro mandato de Lula, pelo publicitário Sidônio Palmeira. Com a missão de melhorar a imagem do governo, Sidônio ainda busca estratégias eficazes para se comunicar com a sociedade brasileira e neutralizar a influência da “direita” nas redes sociais.

Alta nos alimentos

Itens básicos da alimentação dos brasileiros, como arroz, feijão, leite e carne, registraram aumentos expressivos nos últimos meses. Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) revelam que o preço dos alimentos subiu 8,23% no acumulado de 2024. Isso supera os 4,83% do índice geral da inflação oficial.

Além disso, o Presidente Lula se reunirá, na manhã desta sexta-feira (24), com os ministros para discutir o aumentos dos preços dos alimentos. Devem participar o da Fazenda, Fernando Haddad, da Agricultura, Carlos Fávaro e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para discutir estratégias para o fim da crise. E que tudo indica, parece não ter solução.