O deputado federal catarinense Zé Trovão (PL) terá que frequentar encontros terapêuticos com um grupo chamado “Reflexivo de Homens” que vai abordar temas, como misoginia, masculinidade tóxica e machismo, segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). A iniciativa judicial é parte de um programa que atende a casos de violência contra as mulheres, conforme estabelecido pela Lei Maria da Penha, e visa promover a reflexão entre aqueles que cometem crimes dessa natureza.
Além disso, os encontros são organizados pelo próprio TJDFT, em Brasília, que ficará responsável por monitorar a participação de Zé Trovão nas discussões. A decisão surge em resposta às denúncias feitas por Jéssica Veiga, ex-esposa do parlamentar e dirigente do PL em Santa Catarina.
Segundo um trecho da decisão judicial, “a prática reflexiva por meio de um trabalho interdisciplinar, com o fim precípuo de enfrentar e prevenir todas as formas de violência contra a mulher, revela-se como uma importante ferramenta para diminuir a reiteração de comportamentos abusivos ou violentos por parte do agressor. Assim, mostra-se adequado e proporcional a inclusão da medida protetiva de forma que o requerido [Zé Trovão] participe das palestras ofertadas”, diz o documento.
Zé Trovão disse em uma entrevista que “agiu em legítima defesa” contra a esposa. “Ela pegou uma lata de Baygon, daquelas grandes, e me atingiu no olho. Eu acabei revidando com um tapa no rosto dela”, tentando justificar a agressão.
Em junho deste ano, a Justiça da comarca de Joinville decretou a prisão de Zé Trovão, que na verdade se chama Marcos Antônio Pereira Gomes e tem 37 anos. A decisão foi em decorrência de processo de pensão alimentícia.
Saiba mais sobre Zé Trovão
Natural de São Paulo, Zé Trovão é caminhoneiro e youtuber, e se notabilizou liderando as manifestações dos caminhoneiros em todo o País em 2017.
Em setembro de 2017, ele teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça. No entanto, conseguiu escapar fugindo para o México. Mais tarde, foi encontrado pela Polícia Federal mexicana e se entregou para a Polícia Federal brasileira. Em seguida, teve a prisão convertida por prisão domiciliar e posteriormente revogada, porém com o uso de tornozeleira eletrônica.
Criado pelos avós em um sítio na cidade paulista de Tarumirim, Trovão chegou a morar com o pai no Japão na adolescência. Logo após, se radicou em Joinville, foi casado duas vezes. Com a segunda esposa, Jéssica, teve quatro filhos.
Em 2023, noivou com Ana Rosa Schuster, com quem acabou se envolvendo em episódios de violência doméstica num relacionamento de 11 anos. Segundo sua página no Wikipédia, Trovão foi usuário de maconha e cocaína. Ele mesmo já revelou ter sido dependente químico entre 2017 e 2018, mas garante ter se livrado do vício.