Região Grande Florianópolis

Justiça desconsidera cargo dado a filha de procurador e mantém cassação de vereador

Decisão que rejeitou mandado de segurança foi publicada na quinta-feira (11)

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Justiça desconsidera cargo dado a filha de procurador e mantém cassação de vereador
Ex- vereador Maikon Costa divulgação

Em Florianópolis, a Justiça negou nesta semana um mandado de segurança que buscava anular a cassação do vereador Maikon Costa, que perdeu o mandato em março deste ano na Capital. A defesa do agora ex-vereador buscou a revisão da sentença com base num fato novo no processo. Ou seja, a nomeação para um cargo na Câmara da filha do procurador do Legislativo Municipal, Antônio Chraim, que participou ativamente da cassação na Comissão de Ética da Câmara.

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De acordo com o mandado de segurança, Fernanda Meyer Chraim, filha de Antônio, foi nomeada para um cargo justamente no gabinete do vereador que substituiu Maikon, Bruno Becker. Para a defesa de Maikon, a atitude pode ser interpretada como uma troca de favores.

Na decisão da Justiça, assinada pela juíza Cleni Serly Rauen Vieira, da 3ª Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital, as acusações de que o Procurador teria agido com parcialidade e imoralidade ao obter um emprego para a filha, não são suficientes para invalidar o processo de cassação.

A Câmara de Florianópolis aprovou a cassação de Maikon por 17 votos contra quatro, na sessão de 4 de março deste ano. Por ampla maioria, os vereadores aceitaram a denúncia do conselho de ética.

Nas eleições de 2020, Maikon Costa foi o candidato mais votado do seu partido em Florianópolis, com cerca de 1,7 mil votos. Em 2019, ele escapou de um primeiro processo de cassação.

Vereador alega perseguição e pede Justiça

De acordo com Maikon, a cassação teve como base uma divergência de Maikon sobre a atuação de Sargento Mattos no período de suplência. Os dois discordaram quanto à condução do mandato e os posicionamentos na Câmara Municipal.

Ao Guararema News, Maikon revelou que a principal divergência com Mattos surgiu das denúncias do mandato contra outro vereador, Diácono Ricardo (PSD), que indicou seu próprio genro para um cargo na Câmara. Maikon formalizou as denúncias por crime de nepotismo, o que Mattos não levou adiante quando este assumiu o mandato.

Maikon segue alegando ser vítima de perseguição por fazer diversas denúncias de supostas irregularidades. “Todas as denúncias de corrupção que eu trouxe à Câmara, sem exceção, mais cedo ou mais tarde, viraram fatos, como foi a Presságio, como foi o Propinão”, declarou o ex-vereador.