As chuvas tiveram início no começo da última semana, e desde então, mais de 300 cidades do Rio Grande do Sul já foram afetadas. Setenta e oito mortes são contabilizadas, fazendo desta a maior enchente da história do estado. Até então, a maior cheia enfrentada pela capital gaúcha, Porto Alegre, tinha ocorrido em 1941.
Mas em meio ao caos no estado vizinho, o Governo de Santa Catarina e algumas entidades catarinenses encontraram diversas maneiras de prestar apoio à população afetada: diversos agentes de segurança se deslocaram, doações de sangue foram coletadas, donativos foram arrecadados, além do envio de equipamentos como aeronaves, embarcações e drones.
Agentes de segurança
Desde o dia 1º de maio, Santa Catarina tem dezenas de agentes do Corpo de Bombeiros (CBMSC) e da Polícia Militar atuando no resgate das vítimas das enchentes.
Os 32 bombeiros que chegaram ao RS na última quarta-feira (1º) retornam a Santa Catarina nesta segunda (6), após serem substituídos por uma nova equipe. As guarnições empenhadas já resgataram 2.071 pessoas e 284 animais com vida na região metropolitana de Porto Alegre. Dentre estes casos, esteve o resgate de 100 crianças que estavam ilhadas no segundo pavimento de uma escola localizada na cidade de Guaíba, por volta das 19h de sábado (4).
“Fomos o primeiro estado a enviar ajuda aos nossos irmãos gaúchos e nesta segunda-feira, com o revezamento das equipes, Santa Catarina passa a ser a maior equipe de bombeiros militares atuando em apoio ao Rio Grande do Sul”, afirma o governador Jorginho Mello.
Os agentes da Polícia Militar catarinense, que também estão no local desde o dia 1º, já resgataram 670 pessoas e 80 animais: 370 pessoas e mais 30 pets pelo Batalhão de Aviação e mais 300 pessoas e 50 animais pela guarnição do Comando da Polícia Militar Ambiental.
A Polícia Científica começa a atuar com nove agentes nesta segunda, a fim de ajudar na identificação das vítimas da tragédia. A equipe selecionada, especializada em métodos avançados de identificação, é composta por profissionais de diferentes áreas.
Coleta de sangue
Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) catarinense realizou neste sábado o transporte de bolsas de sangue e hemoderivados para serem utilizadas nas cidades atingidas pelas cheias. A ação foi feita por solicitação do governador Jorginho Mello e da secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto.
No decorrer desta semana, mais bolsas, que estão sendo coletadas no Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) das oito regiões, ainda serão encaminhadas.
Arrecadação de donativos
Diversos tipos de donativos estão sendo enviadas de Santa Catarina para o Rio Grande do Sul desde que as enchentes tiveram início na última semana. Apenas na sexta-feira (3), 30 aeronaves foram mobilizadas, transportando cerca de 20 toneladas de alimentos, remédios e suprimentos.
As autoridades, que monitoram as estradas que cortam ambos os estados, informaram que não há qualquer posto fixo de fiscalização que impeça a passagem de veículos carregados com mantimentos em direção ao estado gaúcho. Também não há nenhuma ação em andamento nas divisas com o RS e o PR.
Santa Catarina tem inúmeros pontos de coleta em diversas cidades. O que a Defesa Civil do Rio Grande do Sul pede, no momento, são colchões, roupas de cama, cobertores, água potável, ração animal e cestas básicas fechadas. No momento, roupas, calçados, móveis e utensílios domésticos não estão sendo recebidos.
Equipamentos
O Estado de Santa Catarina também enviou uma série de helicópteros e embarcações para atuarem no resgate das vítimas no Rio Grande do Sul, além de dois drones. Ainda não é possível especificar a quantidade de equipamentos enviados, tanto do Estado quanto particulares.