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Governo avalia a possibilidade de o Brasil criar seu próprio GPS

O GPS é o sistema gerenciado pelos Estados Unidos

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Governo avalia a possibilidade de o Brasil criar seu próprio GPS
Foto: Internet

Um grupo técnico foi constituído para avaliar a possibilidade de o Brasil desenvolver seu próprio sistema de geolocalização por satélite, um projeto de altíssimo custo e grande complexidade. A equipe reúne representantes da Aeronáutica, ministérios, agências e institutos federais, além da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil.

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O objetivo é analisar os impactos e riscos da atual dependência do país em relação a sistemas de navegação, posicionamento e temporização que estão sob controle de governos estrangeiros.

A criação do grupo foi oficializada no início deste mês por meio da Resolução nº 33, do Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro. O documento, assinado pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, Marcos Antonio Amaro dos Santos, estabelece um prazo de 180 dias para que os especialistas apresentem um relatório com análises e recomendações.

A iniciativa surgiu pouco antes de dois eventos relevantes: a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar, a partir de 1º de agosto, uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e as discussões nas redes sociais, duas semanas depois, sobre a hipótese de os Estados Unidos limitarem ou cortarem o sinal do GPS para o Brasil em meio a uma possível guerra comercial.

É comum que se use o termo GPS como se fosse sinônimo de GNSS (Sistema Global de Navegação por Satélite), que é a designação correta para qualquer rede de satélites que oferece serviços globais de localização, navegação e medição do tempo.

O GPS, especificamente, é o sistema gerenciado pelos Estados Unidos. No entanto, existem outros sistemas globais, como o Glonass, da Rússia, o Galileo, na União Europeia e o BeiDou, na China, todos com cobertura mundial e acessíveis ao Brasil.

Mesmo com essas alternativas, o governo brasileiro considera que a dependência de sistemas estrangeiros em uma área considerada estratégica é uma vulnerabilidade significativa, independentemente das intenções dos Estados Unidos.

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