Suzane Von Richthofen, de 41 anos, condenada em 2002 a 40 anos de prisão por ter matado os próprios pais, quer trabalhar no poder judiciário. No último domingo (8) ela prestou concurso para tentar ingressar no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
Atualmente Suzane é estudante de direito e como tem apenas o ensino médio completo, ela se inscreveu para o cargo de escrevente, cujo salário mensal é de R$ 6.043. As funções do cargo incluem organizar os serviços administrativos e técnicos no fórum, acompanhar o andamento de processos e realizar atendimento ao público.
Além disso, se aprovada, ela deve elaborar e conferir documentos, controlar o material de expediente, entre outras atribuições. No momento da inscrição, Suzane pediu para ser lotada em Bragança Paulista, caso seja aprovada. Isso significa que ela poderia consultar e até movimentar seu processo de execução penal a qualquer momento do expediente.
O concurso teve 1.335 inscritos, mas apenas 32 candidatos avançarão para a segunda fase, que será uma prova prática. A proporção é de aproximadamente 41,72 candidatos por vaga.
Essa não é a primeira vez que Suzane tenta ingressar no serviço público. Em outra ocasião ela se inscreveu para um concurso municipal na cidade de Avaré, mas devido à repercussão midiática, acabou não comparecendo à prova.
O que diz o Tribunal de Justiça
O Tribunal de Justiça de São Paulo afirmou que, mesmo que Suzane seja aprovada na segunda fase do concurso, ela não tomará posse. Pois para ser admitida é exigido um atestado de antecedentes criminais, documento indispensável para ingressar no serviço público.
A pena de Suzane, decorrente do duplo homicídio, expira apenas em 2041. Contudo, nada impede que ela entre com recurso na Justiça para tentar garantir sua admissão, caso seja aprovada.