
A noite do Globo de Ouro 2025 foi de celebração para o Brasil. Fernanda Torres conquistou a estatueta de “Melhor Atriz em Filme de Drama” por sua atuação em Ainda Estou Aqui, do cineasta brasileiro Wlater Salles. O premio de “Melhor Filme em Língua Não Inglesa”, no entanto, ficou com o musical francês Emilia Pérez.
A emocionante performance da atriz chamou a atenção da crítica internacional, consolidando o talento dela em um dos maiores palcos do entretenimento mundial. Em seu discurso, Fernanda dedicou o prêmio à mãe, Fernanda Montenegro.
“Meu Deus, eu não preparei nada, porque eu não sei se eu estava pronta. Isso foi um ano incrível para os desempenhos de atrizes, tantas atrizes aqui que eu admiro tanto. E, claro, eu quero agradecer ao Walter Salles, meu parceiro, meu amigo. Que história, Walter. E, é claro, eu quero dedicar esse prêmio à minha mãe, vocês não têm ideia, ela estava aqui há 25 anos, e isso é uma prova que a arte dura na vida, até durante momentos difíceis pelos quais a Eunice Paiva passou e com tanto problema hoje em dia no mundo, tanto medo, esse é um filme que nos ajudou a pensar em como sobreviver em tempos como esses. Então, para a minha mãe, para a minha família, para os meus filhos e para todos, muito obrigada ao Golden Globes”, disse a vencedora.
Concorrendo ao lado de ícones como Pamela Anderson, Angelina Jolie, Nicole Kidman, Tilda Swinton e Kate Winslet, Fernanda Torres levou a melhor e trouxe o prêmio inédito ao Brasil. Com essa vitória, a atriz brasileira escreve um novo capítulo na história do cinema nacional, repetindo o feito de sua mãe, Fernanda Montenegro, que foi indicada ao mesmo prêmio há 25 anos por sua atuação em “Central do Brasil”. Desta vez, no entanto, o troféu veio para casa.

Quem é Fernanda Torres
Fernanda Pinheiro Torres nasceu no Rio de Janeiro, em 15 de setembro de 1965, filha de um casal de atores: Sua mãe é Fernanda Montenegro, apontada como a m aior atriz brasileira de todos os tempos. Seu pai, Fernando Torres, já falecido, também se notabilizou no teatro, cinemas e TV.
Com uma sólida carreira no teatro, no cinema e na televisão, Fernanda estreou nas telas aos 13 anos, e aos 40, como escritora. No teatro, se destacou em trabalhos como o monólogo A Casa dos Budas Ditosos, baseado no romance homônimo de João Ubaldo Ribeiro, que estreou em 2003, lhe rendeu prêmios, foi visto por mais de dois milhões de espectadores e ainda continua em cartaz, devido ao imenso sucesso.

No cinema, estreou aos 16 anos de idade, em Inocência, de Walter Lima Junior. Com Walter Salles, o mesmo que dirigiu Ainda Estou Aqui, Fernanda fez Terra Estrangeira, em 1994, O Primeiro Dia, em 1996 e Ainda Estou Aqui em 2024.
Multifacetas
Na televisão, participou de produções icônicas, como as séries Os Normais e Tapas & Beijos, produzidos pela TV Globo, que lhe renderam imensa popularidade. Como apresentadora, desenvolveu o projeto Minha Estupidez e Bicho Homem para a televisão, e o podcast A Playlist da Minha Vida, como entrevistadora e roteirista, na plataforma Deezer.
Lançou seu primeiro romance em 2014, Fim, que vendeu mais de 200 mil exemplares e foi traduzido para sete países. Em 2017, publicou A Glória e Seu Cortejo de Horrores, ambos pela editora Companhia das Letras. Fernanda escreveu roteiros de cinema e televisão e adaptou sua obra, Fim, para uma minissérie de 10 capítulos para a Globoplay.
Recebeu vários prêmios e indicações, notadamente seis nomeações ao Prêmio Grande Otelo, um Prêmio APCA, dois Prêmios Guarani, quatro Prêmios Qualidade Brasil, uma nomeação ao Troféu Imprensa, uma nomeação ao Prêmio Jabuti e ao Globo de Ouro de Melhor Atriz em filme – drama, vencendo o prêmio de Melhor Atriz no 39° Festival de Cannes em 1986, pelo seu trabalho no filme Eu Sei que Vou Te Amar.
Relacionamentos
Seu primeiro relacionamento amoroso foi aos 17 anos com o jornalista Pedro Bial, com quem morou junto durante três anos. Mas, em virtude de constantes desentendimentos, se separaram. Apesar do término os dois mantém uma amizade até hoje, inclusive Fernanda dedicou o primeiro capitulo de seu livro a Bial.
Após alguns anos, começou a namorar o diretor de teatro Gerald Thomas, com quem viveu por quatro anos. Ela o conheceu enquanto ele dirigia uma peça em que Torres contracenava com sua mãe.
No relacionamento com Thomas, Torres morou em Nova Iorque e no Rio de Janeiro, já que o marido viajava constantemente para os EUA. Em 1995 voltou a morar definitivamente no Brasil.
No Rio, conheceu o cineasta Andrucha Waddington e começaram a namorar. Em 1998 foram viver juntos. Em 2000, nasceu o primeiro filho do casal, Joaquim.
Logo depois, teve seu segundo filho, Antônio, em 2008. O casal se separou em 2009, e após um ano, tendo outros relacionamentos, voltaram a viver juntos em 2010.
