Procurado por jornalistas de diversos veículos nesta terça-feira (1º), Leonel Pavan não se manifestou até o momento olficialmente sobre as denúncias de caixa 2 na sua campanha à prefeitura de Camboriú, e também a de sua filha Juliana, em Balneário Camboriú. No entanto, em suas redes sociais, postou um vídeo dizendo que está sendo vítima de uma “mentira da grossa”, contra ele e sua filha.
“Os ataques não param. Tomei conhecimento que estão preparando mais uma mentira e da grossa, como sempre fizeram nas minhas campanhas. A eleição tem que ser limpa, com propostas e não com mentiras. (…) Eles batem em mim para tentar atingir a minha honra e, com isso, querem prejudicar a candidatura da minha filha”, ”, afirmou Pavan no vídeo, sobre as denúncias de caixa 2.
O atual prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira, dará uma coletiva de imprensa a partir das 16h desta terça-feira (1º), onde irá se manifestar sobre o caso.
A filha do ex-senador, a candidata a prefeita Juliana Pavan, também não respondeu aos contatos feitos diretamente e por meio de sua assessoria. Procurado, Glauco Piai respondeu por SMS afirmando que as informações são fruto de um roubo de celular e que não deveriam ser analisadas.
Um dos empresários que aparecem nessas mensagens enviou à reportagem um vídeo de um bar em que Piai aparece supostamente tendo o celular furtado por um homem não identificado.
Eli Herbert Frezolone, que aparece nos diálogos negociando em nome do empresário Valdomiro Francisco Coan, afirmou que Piai é seu amigo e que ele chegou a lhe pedir recursos no início do ano para as campanhas, mas que não fez os repasses.
“Eu mesmo não doei em nada, sou um representante comercial. Se você puxar a minha situação, você vê que eu sou uma pessoa bem simples mesmo”.
Frezolone disse acreditar que Valdomiro não fez transferências e afirmou que, no encontro com Piai, em que seriam entregues “sanduíches” também não houve repasse de dinheiro. Ele confirmou que o pedido de recursos era condicionado a projetos futuros nas prefeituras, mas disse que não houve repasses justamente pelo fato de que esses contratos teriam que passar por licitação.
“Ele [Piai] realmente pediu pra ver se alguém queria contribuir na campanha, pra fazer um trabalho e tal, mas ninguém quer, né? Ele queria fazer uma parceria pra depois fazer um estudo pra mudar a situação da educação, pra economizar, mudar o formato e melhorar o atendimento aos alunos”, disse.
O advogado Sergio de Carvalho Gegers negou, em um primeiro contato, que tenha tratado de repasses em troca da promessa de contratos futuros, mas, ao final, encaminhou nota via assessoria jurídica não se manifestando sobre o mérito dos questionamentos.
Na nota, afirma que as “supostas conversas” têm origem em “celular produto de crime, ou seja, o celular do senhor Glauco Piai”, e que ele, enquanto advogado, não tem contrato com órgãos públicos.
“Afirmo que não autorizo qualquer divulgação, informação, nota ou ilação, ainda mais advindo de extração de supostas conversas objeto de produto de roubo (celular), as quais desconhecemos e refutamos o conteúdo”, prossegue, mencionando a possibilidade de mover ação cível e criminal. Ele diz ainda que Glauco é seu cliente “e se reserva ao direito do sigilo das conversas”. Os empresários Thiago Telles e Felipe Albuquerque não se manifestaram.