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Manto sagrado levado por europeus é celebrado por Tupinambás

O manto sagrado está no Museu Nacional

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Manto sagrado levado por europeus é celebrado por Tupinambás
Foto: Divulgação / Governo Federal

Na manhã dessa segunda-feira (9), cerca de 200 Tupinambás, entre crianças, jovens, adultos e anciões indígenas, cantaram e dançaram juntos para celebrar o retorno de seu manto sagrado, feito com penas de ave guará, que estava há quatro séculos exposto em um museu da Dinamarca.

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A celebração aconteceu na Quinta da Boa Vista, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Os indígenas fizeram uma longa jornada, de ônibus, entre seu território, no litoral central da Bahia, e a cidade do Rio de Janeiro.

O artefato indígena retornou ao Rio de Janeiro no início de julho, onde se encontra sob tutela do Museu Nacional, em sua biblioteca central, a algumas dezenas de metros de onde os indígenas celebravam na manhã desta segunda-feira.

No domingo (8), uma pequena comitiva Tupinambá teve a chance de visitar o manto, nas dependências do museu. A comitiva foi composta por descendentes da anciã Tupinambá Amotara, que visitou o manto em 2000, quando o artefato foi levado da Dinamarca para São Paulo para uma exposição dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil.

O reencontro de domingo foi a primeira vez que os Tupinambás de Olivença, povo que vive no litoral da Bahia, puderam ver a vestimenta ritual que para eles é considerada sagrada.

O procedimento de visitação ainda será definido pelo Museu Nacional. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, o Museu Nacional está preparando a peça para as cerimônias tupinambás. Uma das requisições dos indígenas é que o manto seja colocado em pé.

A vontade dos indígenas é que a permanência do manto sagrado no Museu Nacional seja apenas temporária e que seja construído um museu em Olivença para resguardá-lo dentro de seu próprio território. Há ainda a expectativa de repatriação de outros dez mantos que permanecem sob a guarda de museus europeus.