Alguns parlamentares catarinenses, de forma oportunista, estão usando a tragédia que assola o Rio Grande do Sul para tentar lacrar e ganhar aplausos de sua bolha. A visão que me vem à mente é a do urubu comendo a carniça para se alimentar. É o cúmulo da falta de empatia.
Essas lideranças, que deveriam se portar de uma forma mais decente, foram às redes sociais criticar o Governo Federal, o qual, segundo eles, estaria sendo insensível e abandonando o estado vizinho. E o pior, tem jornalistas seguindo na mesma toada sem a mínima honestidade intelectual.
Vale destacar que este texto não tem o objetivo de defender qualquer governo. Mas não seria honesto não alertar para tamanha mentira construída simplesmente para gerar desinformação. Fazer oposição faz parte da política. É normal e legítimo, mas a irresponsabilidade, o oportunismo e a falta de respeito ao usar vítimas de uma tragédia para ter argumentos para ataques a um adversário não é algo que se possa aceitar.
Quando essas lideranças e comunicadores fazem isso, passam de todos os limites do aceitável, pois não estão preocupados com a solução do problema. O negócio é criar um ambiente hostil usando sangue inocente para criar narrativas falsas para confundir as pessoas e alimentar ainda mais um ódio insano que se abateu em nosso país.
Tudo tem limite. E está na hora da população, independente de lado ideológico, passar a ser mais crítica para cobrar desses políticos que atuem com grandeza, com responsabilidade, não como agitadores irresponsáveis.
O que chama a atenção é que não vi nenhuma dessas lideranças e jornalistas se sensibilizarem ao ponto de irem às redes sociais ou usarem os seus espaços para pedir ajuda aos atingidos pela maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul. Até o momento, são 75 mortos e 101 desaparecidos. Mas pelo visto, isso não é trágico o suficiente para quem está tendo um comportamento tão irresponsável, como alguns estão apresentando.
Solidariedade
O Governo do Estado está dando um grande exemplo de solidariedade ao Rio Grande do Sul. O governador Jorginho Mello (PL) determinou a ida ao estado vizinho de equipamentos e pessoal qualificado.
Para ter uma ideia, os bombeiros catarinenses resgataram 2.071 pessoas e 284 animais com vida. Tiraram 100 crianças que estavam ilhadas em uma escola. Hoje, a primeira equipe volta ao estado, mas será substituída por outros bombeiros.
Os empresários Luciano Hang e Alan Bolsi também deram a sua contribuição emprestando seus helicópteros. O deputado estadual Sérgio Guimarães (UB) está realizando na internet uma rede de solidariedade. Ou seja, em Santa Catarina, tem quem está vendo a situação do estado vizinho com responsabilidade, não com deboche e oportunismo.
O cinismo em forma de silêncio
Chama a atenção o silêncio de alguns deputados catarinenses após o encontro do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) com a deputada alemã Beatrix von Storch.
Além de ser neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, que foi ministro das Finanças do governo de Adolf Hitler, a parlamentar é da AFD, partido ultradireitista que na Europa é rechaçado por lideranças da extrema-direita, a exemplo da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, por considerá-los radicais demais.
Integrantes da AFD já foram flagrados se dizendo “orgulhosos por pertencerem à raça ariana” além de defenderem “matar imigrantes com gás”, assim como foi feito com os judeus e demais vítimas do Nazismo. Uma que ficou em silêncio é a deputada Geovânia de Sá (PSDB). Tão defensora de Israel e do povo judeu, a tucana ficou calada. Por que será?
Eleição em Florianópolis
A pré-campanha do ex-senador Dário Berger (PSDB) à Prefeitura de Florianópolis está construindo a sua estratégia pensando, primeiramente, em chegar ao segundo turno. Com menos de um minuto de rádio e TV, a campanha de Berger já sai com um grande prejuízo em relação ao prefeito Topázio Neto (PSD), pois não terá o tempo suficiente para seguir a principal estratégia elaborada que é a da comparação de gestão.
Quem trabalha com Berger diz que, se chegar ao segundo turno, terá início outra campanha, já que o tempo será o mesmo que o de Topázio. “Aí vamos comparar as gestões”, disse uma fonte ligada a Dário.
Delatado
Um experiente jornalista, com atuação no estado, teria sido alvo de delação. Segundo uma fonte, ele teria sido citado por supostamente ter cometido irregularidades quando estava em um cargo público em um órgão de Estado.
As apurações ainda são iniciais e a delação carece de confirmação. Dada a fama da pessoa em questão, se confirmar o que teria dito o relator, o caso poderá surpreender pela ousadia do delatado, que operou até ser exonerado.
Encontro do MDB
O MDB reuniu cerca de 500 pessoas no Bora 15. O evento foi o primeiro de uma série de nove encontros que serão realizados pelo partido entre maio e junho por todo o estado. O presidente da Assembleia Legislativa, Mauro De Nadal, e o presidente estadual do partido, deputado Carlos Chiodini, foram ao evento, que teve como anfitriões o deputado federal Rafael Pezenti e o secretário de Estado da Infraestrutura Jerry Comper.
Sessão itinerante
A Assembleia Legislativa inicia amanhã, em Blumenau, o Programa Alesc Itinerante, que consiste na transferência temporária da sede do Parlamento catarinense para municípios do interior, com prioridade às pautas regionais. A iniciativa anunciada pelo presidente Mauro De Nadal (MDB) também marca a comemoração dos 190 anos da instalação do Poder Legislativo Estadual.
Uma das propostas que devem entrar em pauta é a do deputado Ivan Naatz (PL), que declara a Oktoberfest de Blumenau como patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do estado. As sessões acontecerão nestas terça e quarta no Don Concept Hall, no bairro Vorsdadt. Em junho, Joinville receberá o programa, seguido de Criciúma, Lages e Chapecó.
Eleição do Creci
O candidato da situação à presidência do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Santa Catarina (Creci-SC), Marcelo Brognoli, entrou em contato para responder à nota da coluna de sexta-feira. Ele me disse que o atual presidente, Fernando Willrich, também faz parte da chapa, pois a ideia é dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito.
Porém, destaca que mais da metade dos integrantes não compõe a atual gestão. “Inclusive, temos mais mulheres em nossa chapa do que na chapa que representa o passado. Somos a continuidade do novo e da inovação, em contraposição à antiga estagnação. Sou testemunha de que nunca houve uma gestão e um presidente tão presente como agora”, afirmou.
Marcelo Lula é jornalista e radialista. Atuou em emissoras de rádio e jornais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Atualmente, faz comentários na Condá FM de Chapecó e na Rede Guararema de Rádios.
O jornalista tem se destacado por furos de fatos de grande repercussão em Santa Catarina, além de matérias investigativas e revelações dos bastidores de importantes investigações e da política.