Região Grande Florianópolis

Gestão Topázio segue com indefinições e conflitos, entre outros destaques

Dobradinha no gabinete de Júlio Garcia e a nomeação do superintendente do Porto de Itajaí

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Gestão Topázio segue com indefinições e conflitos, entre outros destaques
Foto: Arquivo

A gestão do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), começa o ano sob incerteza. Até o momento, o prefeito não oficializou as mudanças no colegiado, deixando comissionados e a base política em estado de tensão.

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A mensagem do chefe de gabinete, Fábio Botelho, enviada ontem ao grupo de WhatsApp do colegiado, apenas reforçou a sensação de caos: “Senhores(as), muitos estão vindo me perguntar se hoje vão para as suas secretarias. A resposta é SIM. O prefeito vai, no dia de hoje, tomar algumas decisões e, amanhã, devemos proceder às exonerações com efeito a partir do dia 8/01, sendo que, neste mesmo dia, as nomeações devem ocorrer. Após este anúncio, deveremos acabar com este grupo de WhatsApp e abrir outro. Qualquer dúvida, estou à disposição”, escreveu Botelho.

A indefinição e a ausência de anúncios formais alimentam a insegurança e as especulações em um governo que gerou altas expectativas na base. Com um novo colegiado que ainda não toma forma e a demora nas definições, Topázio inicia o ano de forma turbulenta, algo que pode refletir diretamente na base de sua gestão.

Crise de identidade

Ronaldo Freire vive dias de ambiguidade política. Anunciado como o novo secretário da Casa Civil de Florianópolis, ele parece não ter deixado para trás suas funções como “CEO” do PSD municipal.

Ronaldo foi apontado como mentor de uma reunião organizada por seu pupilo, vereador Rafael Lima (PSD), com parlamentares do partido. O objetivo: contabilizar os prejuízos gerados pela perda de cargos na Câmara, especialmente as exonerações que atingiram Roberto Katumi.

Esse duplo papel tem gerado desconforto na base governista. Ao mesmo tempo em que Ronaldo tenta manter a lealdade ao partido, sua atuação como articulador político na Câmara entra em conflito com sua posição de neutralidade esperada na Casa Civil.

Sem definir claramente a quem serve — ao governo ou ao PSD —, Ronaldo se arrisca a desagradar a todos e a criar uma crise de identidade que pode prejudicar tanto sua imagem quanto a articulação política do governo Topázio Neto (PSD).

Efeito rebote

Os vereadores de Florianópolis Jeferson Backer (MDB) e Roberto Katumi (PSD) estão sentindo o peso de suas ações. Após intensas articulações para derrubar a reeleição de João Cobalchini (MDB) à presidência da Câmara, ambos acabaram votando no emedebista.

Apesar disso, os movimentos nos bastidores não foram esquecidos, e o resultado chegou rápido: quatro cargos comissionados indicados por ambos foram exonerados no dia 3 de janeiro. O golpe é significativo: enquanto Backer perdeu um nome de sua confiança, Katumi viu três de seus aliados serem cortados da estrutura da Mesa Diretora.

A manobra política evidencia o mal-estar gerado por ações que confrontaram o alinhamento esperado entre o prefeito Topázio Neto (PSD) e a Câmara.

Perdem espaço

A base de vereadores da Prefeitura de Florianópolis foi surpreendida com a orientação de que, inicialmente, poderão indicar apenas três comissionados para permanecerem na administração municipal.

A medida, que visa enxugar a estrutura e reorganizar o colegiado, deixou aliados em alerta, já que muitos terão que priorizar suas escolhas e aguardar novas negociações para acomodar os demais indicados.

O movimento demonstra a tentativa da gestão de Topázio Neto (PSD) de controlar as nomeações e evitar excessos enquanto define os rumos do novo governo.

Previsão?
Foto: Rodolfo Espínola / Arquivo / Agência AL

Em postagem em uma rede social, o deputado estadual Ivan Naatz (PL) já deixou claro que os próximos dois anos serão quentes na política catarinense, sobretudo por causa do PSD e do Partido Liberal. Naatz começa o ano sem papas na língua.

Dobradinha

O ex-prefeito de Braço do Norte, Beto Kuerten, assumiu a função de chefe de gabinete do deputado estadual Júlio Garcia (PSD). Beto é pré-candidato a deputado estadual, já que Júlio Garcia será candidato a deputado federal.

Domínio de Santos

Ontem saiu a nomeação do novo superintendente do Porto de Itajaí. André Leme da Silva Fleury Bonini foi nomeado pelo prefeito Robison Coelho (PL), porém, a pedido da Autoridade Portuária de Santos, que ganhou a gestão do porto.

Ele deve ficar no cargo até a criação da nova empresa federal. Após, quem assume é João Paulo Gama, indicado pelo presidente nacional do Sebrae e estadual do PT, Décio Lima.

Marcelo Lula é jornalista e radialista. Atuou em emissoras de rádio e jornais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Atualmente, faz comentários na Condá FM de Chapecó e na Rede Guararema de Rádios.

O jornalista tem se destacado por furos de fatos de grande repercussão em Santa Catarina, além de matérias investigativas e revelações dos bastidores de importantes investigações e da política.