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Ataque a escola em SC levanta novas discussões sobre ações protetivas

Lula cancela visita a Santa Catarina, entre outros destaques

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Ataque a escola em SC levanta novas discussões sobre ações protetivas
Foto: Reprodução / Divulgação

O ataque em uma escola de Palhoça na manhã de ontem, quando um aluno foi esfaqueado pelo colega, chamou a atenção mais uma vez para a violência no ambiente escolar. Após as tragédias de Saudades e Blumenau, medidas foram anunciadas, houve uma grande mobilização dos poderes públicos e da sociedade. Porém, o que falta fazer para definitivamente impedir que casos de violência voltem a ocorrer nas escolas?

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Conversei com uma fonte ligada ao Governo do Estado. Ele me disse que tem sido feito um trabalho de treinamento e que ontem foi possível perceber a adoção do chamado FEL, que significa Fugir, se Esconder e Lutar.

“Na hora que a ameaça aconteceu, o aluno não teve mais acesso a ninguém. Só a esse primeiro, que era um desafeto dele na escola. Existe um protocolo também para não gerar gatilhos, por isso, há um forte trabalho de inteligência que não aparece. Todas as escolas e diretores foram treinados”, explicou.

A fonte também admite que há dificuldade em encontrar policiais militares da reserva dispostos a atuar nas escolas, e entende que há muita resistência. Por isso, nem todas as escolas têm esses profissionais atuando.

Vale lembrar que a Assembleia Legislativa aprovou em abril do ano passado o programa Escola Mais Segura, permitindo que policiais e bombeiros da reserva realizem o trabalho de segurança. A questão é que os próprios militares não se sentiram motivados.

Um dado passado pela fonte ligada ao governo chama a atenção. Até abril deste ano, foram 12 ameaças reais a escolas que a polícia, através do trabalho de inteligência, conseguiu identificar e conter. E mais de uma centena de supostas ameaças também foram investigadas.

Segurança nas escolas

Quem também chamou a atenção para o assunto ontem, durante a sessão descentralizada da Assembleia Legislativa, foi o deputado estadual Sérgio Guimarães (UB). Segundo ele, é preciso votar com rapidez os projetos que apresentou para que as escolas tenham detectores de metais em seus acessos, além de o Estado investir no aumento de muros para impedir o acesso de pessoas estranhas.

Ele destacou que Criciúma é uma referência em segurança em sua rede municipal. De acordo com o parlamentar, o governo alega que é caro implantar os sistemas de detectores. Ele rebateu dizendo que há no caixa do Estado recursos suficientes para fazer o investimento que dará mais segurança às escolas.

Massacre

Segundo informações do Ministério Público, o adolescente responsável pelo atentado de ontem em uma escola de Palhoça tinha a intenção de cometer um massacre. Segundo as investigações, ele teria planejado o ataque por um bom tempo antes de consumá-lo.

A pedido da promotora da 1ª Promotoria de Justiça de Palhoça, Bartira Dias, o adolescente foi internado, após a justiça acatar o seu pedido. A informação sobre o planejamento e a suposta intenção mostram que a segurança nas escolas é muito mais complexa do que tem sido avaliado. As ameaças são externas, mas também internas.

Conversa interrompida

Por pouco, a senadora Ivete Appel da Silveira (MDB) não abre um espaço para o seu suplente, o atual secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins. A conversa para uma licença de Ivete chegou a ser quase concluída.

Porém, o MDB entrou no circuito e a convenceu a não se licenciar. Uma fonte emedebista me disse que a ideia é manter o espaço do MDB no Senado. Mesmo assim, o que corre nos bastidores é que o assunto não está encerrado.

Lançamento de Lela

O Partido dos Trabalhadores, no próximo dia 11, lançará a pré-candidatura do ex-vereador Vanderlei Farias, o Lela, à Prefeitura de Florianópolis. Também será feito o lançamento dos pré-candidatos à Câmara da Federação Brasil Esperança, formada pelo próprio PT, além do PCdoB e PV. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, deve participar do evento.

Lula cancela visita

O presidente da República, Lula da Silva (PT), decidiu não vir a Santa Catarina. A estratégia é visitar os estados onde tem candidaturas fortes de seu partido e que não tenham muita resistência a ele.

A decisão preocupou lideranças petistas no estado. Há uma informação de que a vinda de Lula possa ocorrer em agosto.

Clima ameno na OAB

Nos últimos 12 anos, as eleições da OAB de Santa Catarina foram marcadas por acirrados embates, tanto que, na eleição passada, em 2021, quatro candidatos disputaram o comando da entidade. Agora, o que se vê para este ano é um clima de harmonia e diálogo entre as principais lideranças da advocacia catarinense. Os mais saudosos destacam que é um verdadeiro resgate histórico das características da classe.

No almoço da Associação dos Advogados Criminalistas (Aacrimesc), o bom clima entre os presentes foi registrado em uma foto que junta vários nomes de destaque. Aparece a presidente da associação, Elisângela Muniz, o atual presidente interino da OAB nacional, Rafael Horn, a atual presidente da OAB/SC, Cláudia Prudêncio, o presidente da CAASC, Juliano Mandelli, juntamente com os advogados que estiveram na oposição no último pleito, Hélio Brasil, Vivian De Gann e Gabriel Kazapi.

Cortesia na advocacia

O advogado Hélio Brasil, renomado criminalista, estava em casa, ao lado de seus pares, circulando com a desenvoltura de quem já foi presidente da renomada entidade que congrega a advocacia criminal. Ele recebeu os demais advogados ao lado da presidente da Aacrimesc, Elisângela Muniz, e do ex-presidente Deivid Prazeres. Durante o encontro, foi dito que o diálogo é a melhor solução para o fortalecimento da advocacia catarinense.

Alba na disputa

O ex-deputado estadual Ricardo Alba (Podemos) entrou em contato para reafirmar sua pré-candidatura à prefeitura de Blumenau. Ele lembra que fez 20 mil votos em 2020 para deputado federal, de um total de 49 mil em todo o estado. Alba foi o segundo mais votado do município. Agora, ele entende que vai com força para o pleito de outubro.

Crimes na saidinha

Senador Amin rebate críticas de Lula ao presidente do Banco Central

A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou ontem um projeto de lei de relatoria do senador Esperidião Amin (Progressistas) que torna mais duras as penas para os crimes cometidos durante saída temporária, liberdade condicional, prisão domiciliar ou em meio a fugas da prisão. A proposta agora segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça.

Amin apresentou duas emendas. Uma delas determina a vigência imediata da lei. A outra exclui o parágrafo que previa o aumento de pena, entre um terço e metade, caso os crimes, além de ocorrerem durante o cumprimento de benefício, fossem cometidos com emprego de violência ou grave ameaça. O senador destaca que esses crimes já têm suas penas aumentadas no Código Penal.

Transporte público

O pré-candidato à prefeitura de Criciúma, Vaguinho Espíndola (PSD), tem defendido que a renovação da frota de veículos para carros elétricos não deve ficar concentrada apenas nos automóveis da Prefeitura. Para ele, investir na modernização do transporte coletivo, por meio da aquisição de ônibus elétricos para o município, é um dos caminhos para o futuro e isso pode baixar o preço da tarifa cobrada aos usuários pela metade, por meio da redução de custos de manutenção e combustível.

A ideia foi levantada pelo pré-candidato nas redes sociais e tem gerado uma grande discussão entre os criciumenses, tanto que o primeiro vídeo de Vaguinho sobre o tema já ultrapassou 213 mil visualizações.

Relações internacionais

Juliano Froehner deixou o comando da Secretaria Executiva de Relações Internacionais. Entre as ações efetivadas quando esteve no cargo, está a instalação de uma empresa húngara em Chapecó para produzir eubióticos, que são antibióticos naturais para serem usados na suinocultura e avicultura.

Em Laguna, houve a instalação de uma empresa chinesa que fabrica baterias de lítio. Agora, um dos maiores desafios seria a implementação da versão internacional do Universidade Gratuita.

Com a previsão de 250 vagas por ano, a ideia do Governo do Estado é enviar catarinenses para fazer a graduação no exterior gratuitamente, com o compromisso de prestação de serviço ao estado por um período após formados. O primeiro país a firmar um acordo foi a Hungria. Pelo acordo, as aulas serão ministradas em inglês.

Marcelo Lula é jornalista e radialista. Atuou em emissoras de rádio e jornais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Atualmente, faz comentários na Condá FM de Chapecó e na Rede Guararema de Rádios.

O jornalista tem se destacado por furos de fatos de grande repercussão em Santa Catarina, além de matérias investigativas e revelações dos bastidores de importantes investigações e da política.

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