O Procon de Santa Catarina cobrou melhorias no atendimento ao público do aeroporto de Florianópolis e também das empresas aéreas que atuam no terminal. O órgão estadual exigiu que o Ministério Público de Santa Catarina e também do Procom municipal da Capital que seja elaborado um plano de contingência para três níveis de situações emergenciais até 31 de outubro.
A intenção é evitar o caos aéreo vivido no último dia 12 de agosto, quando um avião interditou a pista por 18 horas por danos nos pneus. Além disso, o incidente resultou em 87 voos cancelados e 15 mil pessoas afetadas.
“O Procon SC esteve no aeroporto e constatou toda a situação caótica e a falta de informação, principalmente. Para toda situação de crise que possa ocorrer, tanto o aeroporto como as aéreas devem estar preparadas, deve existir um protocolo”, explica a delegada Michele Alves, diretora do Procon SC. Ela criticou a falta de comunicação com os consumidores.
Floripa Airport
“Pedimos principalmente a comunicação que, a meu ver, tem custo zero. Não usaram o próprio sistema de som do aeroporto ou as telas de led para falar com os consumidores. Todos recebiam informações contraditórias. Além disso, foi nítida a falta de organização no sentido de passar uma informação clara”, completou a delegada.
O aeroporto de Florianópolis é administrado desde 3 de janeiro de 2018 pela Floripa Airport. A concessionária é subsidiária da Zurich Airport Brasil, que tem contrato de gestão válido até 2048.
“Com um evento como esse, devemos aprender com os erros e buscar oportunidades de crescimento. Além disso, o aeroporto de Florianópolis tem capacidade de inovar, tem shows, não é só um aeroporto! Podem explorar a criatividade para ser um case de sucesso no Brasil. Em caso de atraso pode haver desde recreação às crianças, atendimento a idosos… acolher o consumidor para que se sinta mais acomodado em vez de ficarem em longas filas com um atendimento não adequado. Eles poderiam criar novas metodologias de acolhimento, sem filas gigantes, com voucher de alimentação ou distribuir água, propor outros meios de atendimento, por exemplo. Poderiam também buscar hospedagem em aplicativo para evitar acomodar clientes em hotéis distantes e lotados”, exemplifica Michele, que reforça o compromisso do governo Jorginho Mello em ajudar as pessoas.
O que pode fazer o consumidor que se sentir lesado?
Michele Alves explica que as companhias aéreas devem ressarcir os consumidores que perderam ou tiveram voos adiados. Contudo, em relação a prejuízos financeiros e até morais, a orientação é que o consumidor pode ingressar com ação judicial, o que é um direito. “A comprovação do dano é importante, e o consumidor pode ingressar judicialmente”.