Região Grande Florianópolis

Vídeo: envolvido no golpe do “falso sequestro” é preso na Capital

Suposta organização criminosa tinha integrantes em diversos estados do país

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Vídeo: envolvido no golpe do “falso sequestro” é preso na Capital
Foto: Reprodução / Polícia Civil

Um homem foi preso pela Polícia Civil em Florianópolis, suspeito de participar de uma organização criminosa dedicada à prática de extorsões com o golpe do “falso sequestro”. A prisão do suposto envolvido foi realizada no bairro Rio Vermelho durante a realização da operação Gael, deflagrada numa parceria das polícias do Distrito Federal (DF), Santa Catarina e do Rio de Janeiro (RJ), com o objetivo de desarticular todo o grupo. Veja o vídeo da ação, que também prendeu mais duas pessoas em outras localidades:

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Ao todo, dez mandados de busca e apreensão também foram cumpridos, um deles contra o suspeito encontrado na Capital catarinense. As demais ordens foram realizadas em Santa Maria (DF), Angra dos Reis e Rio de Janeiro (RJ). O sequestro de valores também foi determinado pela 1ª Vara Criminal de Taguatinga.

A investigação teve início em outubro de 2023, quando um idoso morador do DF foi vítima do grupo e permaneceu no celular por 20 horas, sob a afirmação dos autores de que seu filho teria sofrido um sequestro e a exigência de pagamento de “resgate”.

A polícia conseguiu apurar a existência de uma grande rede criminosa, com diversos núcleos, liderada por três indivíduos com conhecimento aprofundado em informática, que utilizavam essa habilidade para esconder seus rastros na internet. Os líderes eram responsáveis pela compra de dados de potenciais vítimas em “painéis” disponíveis on-line e depois repassavam os dados para seus comparsas entrarem em contato com as vítimas.

As ligações eram feitas por presos recolhidos no regime semi-aberto no Rio de Janeiro, a partir de duas unidades prisionais. Assim que conseguiam convencer alguma vítima, repassavam as informações aos líderes que mantinham grupos de “entregadores” no estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Acre, Mato Grosso do Sul, Ceará, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo e Distrito Federal.

As vítimas, então, eram orientadas a colocar cartões bancários e objetos de valores em sacolas que eram recolhidas pelos “entregadores”. Eles faziam saques e transferências enquanto a vítima ainda era mantida na linha sob ameaça dos autores presos. Ao fim, os entregadores encaminhavam os objetos de valor e joias para uma agência dos Correios em Niterói/RJ, onde eles eram recolhidos pelos líderes do grupo.

O principal líder já havia sido preso pela Polícia Civil de São Paulo dentro do Sistema Prisional do Rio de Janeiro no ano de 2007, enquanto extorquia vítimas paulistas. Desde então, ele se especializou nesse tipo de golpe e criou essa variação com apoio local, aprendeu a ocultar seus rastros na internet e ainda criou uma empresa de revenda de joias para destinar os objetos recolhidos na residência das vítimas.

Ao total foram identificados 10 integrantes do grupo, dentre eles os presos responsáveis pelas ligações, “entregadores” e todos os líderes, que irão responder pelos crimes de extorsão, organização criminosa e lavagem de capitais, podendo ser condenados a até 31 anos de prisão.