Presa em Brasília desde janeiro de 2023, a catarinense Fátima Mendonça Jacinto, de 67 anos, conhecida como Vovó de Tubarão, teve sua prisão preventiva mantida pela Justiça. A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, foi divulgada nesta quarta-feira (3). Fátima está entre os réus acusados de participação nos atos de destruição das sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro do ano passado.
Fátima se tornou ré e responde pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado. Seu julgamento está marcado para ocorrer em agosto.
A prisão de Fátima aconteceu ainda na primeira fase da Operação Lesa Pátria, que ainda trabalha para identificar e punir quem participou e também quem financiou os atos daquele 8 de janeiro em Brasília. Natural de Braço do Norte, em Santa Catarina, Fátima mantinha residência em Tubarão até ser presa. De acordo com a Polícia, ela teve seu nome mencionado em dezenas de e-mails a que a Polícia teve acesso durante as investigações.
Quem é a Vovó de Tubarão
Em 2014, ela já havia sido condenada por tráfico de drogas. A pena foi de três anos, 10 meses e 20 dias de reclusão, que foi substituída por medidas restritivas de direitos. O processo está em segredo de Justiça. A denúncia revela que a mulher foi vigiada por policiais por cerca de meia hora em 14 de janeiro de 2014. Por volta das 3h30, Fátima saiu de casa e começou a varrer a calçada, sem perceber a presença dos agentes.
Depois, começou a atender usuários de drogas, incluindo um adolescente. A ação foi flagrada pela polícia.
Em outro caso, denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), detalha que Fátima responde por falsificação de documento e estelionato.
O processo narra que ela falsificou o documento de uma mulher em 2012 e realizou contratos de linhas telefônicas com a identidade falsa. O crime, conforme o texto, só veio à tona quando a vítima passou a ser cobrada pelos planos telefônicos.
Nas redes sociais, ela se apresentava como “livre e feliz”, e costumava compartilhar versículos da Bíblia e fotos vestida com as cores da bandeira do Brasil na sua página no Facebook, onde mantém mais de mil amigos.
Num dos vídeos do 8 de outubro em que aparece junto a outros manifestantes, Fátima fala: “Vamos para a guerra, é guerra agora. Vamos pegar o Xandão agora”, fazendo referência ao ministro do STF. Além da referência a Alexandre de Moraes, Fátima declara em outro vídeo que “estava quebrando tudo”.