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STF condena mais 14 pelos crimes do 8 de janeiro em Brasília

Entre eles está Matheus Ferreira de Souza, de Chapecó

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STF condena mais 14 pelos crimes do 8 de janeiro em Brasília
Foto: divulgação

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou mais 14 pessoas que participaram dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Em 12 casos, são réus que, mesmo tendo cometido crimes de menor gravidade, rejeitaram o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), entre eles o catarinense Matheus Ferreira de Souza, de Chapecó.. O acordo foi proposto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para evitar a continuidade da ação penal.

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Segundo a denúncia oferecida pela PGR, os réus citados nas ações penais  ficaram no acampamento montado no Quartel General do Exército, em Brasília. Enquanto isso, outro grupo se deslocou para a Praça dos Três Poderes e invadiu e depredou os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF. A PGR considera que os crimes têm origem em uma atuação coletiva (ação multitudinária). Dessa forma, os acusados, mesmo não tendo participado de todas as fases, dividem uma parcela da responsabilidade.

Esses réus foram condenados a um ano de detenção, substituída por restrição de direitos, pelo crime de associação criminosa (artigo 288, caput, do Código Penal). E também terão que pagar a multa de 10 salários mínimos por incitação ao crime (artigo 286, parágrafo único, do CP). A sentença considerou que eles estimularam as Forças Armadas a tomar o poder sob a alegação de fraude eleitoral.

Réus primários

Mesmo com a substituição da pena de detenção, os envolvidos deixarão de ser réus primários. Isso vai ocorrer quando se encerrar a possibilidade de recursos e a decisão se tornar definitiva (trânsito em julgado). O ministro Alexandre de Moraes (relator) frisou que mais de 400 réus em situação idêntica optaram por confessar a prática dos crimes e firmar o ANPP.

As defesas alegaram, entre outros pontos, que as condutas dos réus não foram individualizadas. Além disso, os atos praticados por eles não seriam criminosos e que não houve intenção de cometer crimes.

Por maioria, prevaleceu o entendimento do relator. Segundo ele, como se tratou de uma ação conjunta com a mesma finalidade e executada por diversas pessoas, todos contribuíram para o resultado como coautores. Ele destacou que os réus tinham conhecimento prévio da incitação ao golpe de Estado e que sua permanência no acampamento até o dia seguinte aos atos comprova a “finalidade golpista e antidemocrática, que visava à abolição do Estado de Direito” com a deposição do governo legitimamente eleito em 2022.

A restrição de direitos abrange 225 horas de prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, a participação presencial no curso “Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado”, elaborado pelo Ministério Público Federal, a proibição de se ausentar da comarca de residência e de usar redes sociais e a retenção dos passaportes até a extinção da pena. A condenação também prevê a revogação do porte de arma de quem o tiver e indenização por danos morais coletivos, no valor mínimo de R$ 5 milhões, a ser dividida com outros condenados pelos atos antidemocráticos.

Armas

Em outros dois casos, os réus foram condenados a 12 anos de prisão pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado e ao pagamento de indenização de R$ 30 milhões, juntamente com os demais condenados. Ambos foram detidos antes de chegarem à Praça dos Três Poderes com armas como facões, estilingues, bolas de gude e esferas de aço.

O relator afirmou que, de acordo com as provas apresentadas pela PGR, os dois integravam as caravanas que estavam no acampamento do QG do Exército naquele fim de semana e participaram da marcha que seguia para a Praça dos Três Poderes e que, com violência ou grave ameaça, tentou abolir o Estado Democrático de Direito por meio da depredação e da ocupação dos prédios dos três Poderes.

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