Polícia revela detalhes do filho que matou mãe e padrasto em Itajaí

A Polícia Civil concedeu uma entrevista coletiva de imprensa no começo da tarde desta segunda-feira (2), em Itajaí. A conversa com jornalistas foi a respeito do crime que abalou a cidade nas últimas duas semanas.

No domingo (1º), o motoboy Walter Alexandre Gonçalves, de 24 anos, foi para a cadeia. Na delegacia, o filho que matou a mãe e o padrasto confessou o assassinato de Susimara Gonçalves de Souza, de 42 anos, e Pedro Ramiro de Sousa, de 47. O crime ocorreu na noite de 23 de novembro, na residência do casal, no bairro Espinheiros.

Alexandre tinha apenas 13 anos quando sua mãe iniciou o relacionamento com Ramiro. Ainda assim, o jovem sempre se referiu a Pedro como “pai”.

Nos últimos anos, Alexandre chegou a trabalhar numa das empresas da família, mas a experiência não deu certo. Pedro e Susi mantinham um comércio de artigos para decoração e também cerca de 15 quitinetes de aluguel.

Os policiais apuraram que o filho mantinha uma boa relação com o casal, sem nenhum registro de desentendimentos anteriores ao crime. No entanto, Pedro já havia confidenciado a familiares sua preocupação. Principalmente com o fato do rapaz não demonstrar maturidade suficiente para levar os negócios da família adiante, no futuro.

Troca de falsas mensagens

Na noite do crime, Alexandre e um comparsa – que até o momento não teve identificação – entraram e saíram da casa utilizando um controle remoto do portão principal. Um vídeo obtido pela polícia, das câmeras de monitoramento da vizinhança, mostra o momento em que o casal chega em casa, às 00h53. É possível inclusive se escutar um grito de Susimara, provavelmente ao se deparar com os criminosos na casa, entre eles seu próprio filho. Confira o vídeo:

Após matar a mãe e o padrasto, Alexandre tomou o cuidado de usar os celulares seu e da mãe para simular uma troca de mensagens entre os dois. A falsa conversa ficou registrada nos dois aparelhos. No dia seguinte, quando Alexandre chamou a polícia para informar ter encontrado os corpos, ele fez questão de mostrar aos PMs as mensagens supostamente trocadas com a mãe.

Na delegacia, Alexandre repetiu o procedimento, e mostrou o celular para vários policiais que estavam na mesma sala com ele. Ele tentava ludibriar com a versão de que manteve contato com a mãe até antes de ir dormir, A insistência repetida com os militares chamou a atenção do delegado responsável pela investigação.

No mesmo dia 23 de novembro, data do crime, Alexandre postou uma foto na sua conta no
Facebook, ao lado da mãe, do padastro e da sua esposa, com os dizeres: “irei amar vocês pra todo sempre meus amores”.

Quatro dias após o crime, a residência do casal Souza, um imóvel de alto padrão situado na rua Firmino Vieira Cordeiro, foi invadida por ladrões, que levaram diversos objetos de valor, como aparelhos de TV e notebooks.

A Polícia Civil conseguiu prender quatro suspeitos de envolvimento no furto. Mas ainda não se sabe se esse novo crime tem alguma relação com os homicídios. Os celulares das vítimas, bem como as duas alianças de ouro de casamento, ainda não foram encontrados.