Polícia Civil indicia dois engenheiros pelo rompimento do reservatório da Casan

A Polícia civil concluiu nesta semana o inquérito que investigou as responsabilidades no incidente do rompimento do reservatório da Casan, ocorrido na região continental de Florianópolis no final de 2023. Dois dos engenheiros que trabalharam na obra foram indiciados e devem agora responder pelo crime assim que a Justiça homologar o processo e confirmar a condição de réus. Um dos engenheiros foi o responsável pela execução e foi contratado pela empresa Gomes e Gomes, vencedora da licitação.

O outro indiciado era servidor da Casan e engenheiro responsável pela fiscalização da obra. A Polícia Civil apurou que dois foram os fatores considerados determinantes para o indiciamento. Um deles foi o resultado dos laudos apresentados pela Polícia Científica, que promoveu duas perícias consideradas complexas.

Além disso, alguns questionamentos da autoridade policial não foram esclarecidos pelos laudos da Polícia Científica e provocaram a manifestação do Crea sobre a qualificação de dois engenheiros que estavam envolvidos na construção. Essas respostas foram apresentadas à Polícia Civil de Santa Catarina somente em março deste ano. Após isso, iniciaram a coleta de depoimentos das testemunhas e dos envolvidos na obra.

A investigação apontou que a causa do rompimento foi basicamente a divergência do material que foi utilizado na obra e o que estava previsto no projeto estrutural. Segundo laudo da perícia, esse material foi usado em quantidade inferior ao previsto no projeto, causando o rompimento de um dos reservatórios.

Dessa forma, conforme constatou o laudo, o colapso da estrutura aconteceu pela incapacidade da parede estrutural transferir aos pilares adjacentes os esforços exercidos pela quantidade de água que havia no interior no reservatório.

No diário da obra, foi possível constatar quem eram os dois engenheiros responsáveis pela etapa da obra em questão, tanto pela execução quanto pela fiscalização. Eles foram indiciados na modalidade culposa pelos crimes de inundação e desabamento, ambos qualificados pelas lesões corporais geradas aos moradores do entorno. Além disso, eles foram indiciados também pelo dano ambiental causado na região.