Região Blumenau

Polícia recolhe pertences de suspeitos da morte do indígena Xokleng

Crime ocorreu na madrugada de 26 de abril na terra indígena de Itaiópolis

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Polícia recolhe pertences de suspeitos da morte do indígena Xokleng
Foto: Pol´~icia Federal / divulgação

Uma operação coordenada pela Polícia Federal cumpriu no fim de semana dois mandados de busca e apreensão em endereços situados na zona rural da cidade de Doutor Pedrinho, a cerca de 63 quilômetros de Blumenau, no Alto Vale do Itajaí. A investigação diz respeito ao assassinato do líder indígena Hariel Paliano, de 26 anos, morto na madrugada de 26 de abril, às margens da rodovia SC-477, entre os municípios de Itaiópolis e José Boiteux.

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Os policiais federais também estiveram na casa onde Hariel residia com a mãe e o padrasto, cacique da aldeia Xokleng. Outro endereço visitado pelos agentes foi uma casa próxima ao local onde o corpo foi encontrado. Na ação, foram apreendidos telefones celulares e roupas que podem ter sido usadas pelos criminosos.

As buscas foram realizadas durante o período noturno em razão da necessidade de utilização de Luminol, reagente químico que em contato com uma substância presente no sangue, emite uma luz azul-fluorescente, permitindo a identificação de vestígios.

Além das buscas realizadas, diversas testemunhas foram inquiridas visando a complementar o conjunto probatório das investigações. A Polícia Federal continua desenvolvendo outras diligências com a intenção de identificar todos os criminosos que participaram do assassinato.

O crime

Hariel foi morto numa emboscada, após ser cercado por um grupo de pessoas, na localidade de Bonsucesso, ainda dentro da Terra Indígena Xokleng. De acordo com familiares da vítima, Hariel havia saído de casa para ir a uma mercearia comprar alimentos.

Ele estava sozinho em casa. Sua mãe e seu padrasto estavam em Brasília, participando de manifestações pela Semana da Visibilidade Indígena.

Antes de ser morto com um tiro, Hariel também foi agredido a pauladas pelo grupo. Depois de assassinarem Hariel, os bandidos ainda atearam fogo no barraco onde ele vivia com a família.

Foto: Polícia Federal / divulgação

As famílias indígenas que residem na Aldeia já vinham sofrendo ameaças por parte de capangas contratados por fazendeiros locais, interessados em se apossar das Terras Xokleng. Dias antes da morte de Hariel, sua casa havia sido atingida por dois tiros, mas ninguém se feriu.

Uma semana antes do crime, uma mulher indígena morreu, mas o caso segue sendo investigado e a causa da morte não foi informada.

A mãe de Hariel, Rose Camlem, conversou com a reportagem do Guararema News poucas horas após a morte do filho, enquanto se deslocava de Brasília para Santa Catarina. Confira um trecho do áudio em que Rose confirma que Hariel foi assassinado:

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