Moradores do loteamento Morar Bem, bairro Serraria, em São José, na Grande Florianópolis, relatam ter visto a Polícia Militar executar um olheiro do tráfico na noite deste sábado (21). A reportagem do Guararema News obteve da PMSC a confirmação de que uma operação contra o tráfico ocorreu no local, mas, segundo a Polícia, não houve feridos.
O jovem que teria sido atingido estava servindo de olheiro do tráfico na entrada da comunidade. Os moradores escutaram cerca de 10 tiros e em seguida o rapaz foi visto ainda com vida, caido num beco, no final da Servidão Transversal do Ponto de ônibus da Avenida das Margaridas, atrás da Igreja Católica Senhor Bom Jesus dos Passos.
Um morador, membro da associação comunitária local, que preferiu não se identificar, contou que a Polícia chegou no local por volta das 17h20, permanecendo com as guarnições ao lado da praça do Morar Bem. Vídeos gravados pelo celular mostram o momento em que os policiais jogam bombas de efeito moral em direção à praça, onde um grupo de meninos jogava futebol. Um morador teve o vidro traseiro do seu carro quebrado pelas bombas de gás. Confira os vídeos feitos pelos moradores:
Outros moradores tantaram se aproximar do homem ferido para tentar reconhecer a vítima, mas foram impedidos pelos policiais de se aproximar. Uma ambulãncia do Samu, acionada por vizinhos, chegou no local, mas os policiais ordenaram que retornasse, pois, segundo eles, não havia ninguem ferido.
O moradores também relatam ter visto o momento em que o corpo do olheiro do tráfico foi carregado pelos policiais até o porta-malas da viatura. No entanto, nenhum dos videos feitos pelos vizinhos registrou esse momento.
Até o momento, ninguem na comunidade soube informar a identidade do homem morto pela polícia. Testemunhas acreditam que ele seja alghum dependente químico morador de outro bairro, usado por traficantes para vigiar a chegada da polícia, em troca de porções de crack.
“Esse tipo de ação está ficando recorrente e deixa todos do bairro em constante tensão, desde crianças, idosos, trabalhadoras, trabalhadores e jovens que não possuem nenhuma ligação com o crime. Os moradores merecem respeito e não violência gratuita de quem deveriam receber proteção”, reclamou o morador, que representa a associação local.