A Polícia Federal (PF) concluiu que os indiciados no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado se organizaram em seis núcleos diferentes. Ou seja: isso para colocar em prática as ações para desestabilizar a democracia brasileira.
A informação está no relatório da PF. O mesmo que indiciou na semana passada o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 acusados. Eles são acusados de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito do golpe, derrubou o sigilo nesta terça-feira (26).
Detalhes das investigações a cerca da tentativa de golpe de Estado
Conforme o relatório da investigação, o grupo atuou para desacreditar o processo eleitoral. Além disso, planejar a execução do golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito no país.
Desse modo, os investigadores afirmam que os acusados atuaram nos seguintes núcleos:
Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
Segundo a PF, o grupo era responsável por divulgar notícias falsas sobre a lisura das eleições. Bem como estimular apoiadores a ficarem em frente aos quartéis das Forças Armadas e “criar o ambiente propício” para o golpe.
De acordo com a Polícia Federal, o grupo era formado pelos indiciados Mauro Cesar Barbosa Cid, Anderson Gustavo Torres, Angelo Martins Denicoli, Fernando Cerimedo, Eder Lindsay Magalhães Balbino, Hélio Ferreira Lima, Guilherme Marques Almeida, Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Tércio Arnaud Tomaz.
Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado
De acordo com a investigação, o núcleo era responsável pela promoção de ataques pessoais e militares em posição de comando que “resistiam às investigadas golpistas”.
Segundo a PF, o núcleo era formado pelos indiciados Walter Souza Braga Netto, Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, Ailton Gonçalves Moraes Barros, Bernardo Romão Correa Neto e Mauro Cesar Barbosa Cid.
Núcleo Jurídico
Conforme a investigação, o grupo atuou no assessoramento e na elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária para fundamentar os “interesses golpistas”.
Participaram do grupo, segundo a PF, os investigados Filipe Garcia Martins Pereira, Anderson Gustavo Torres, Amauri Feres Saad, Jose Eduardo de Oliveira e Silva e Mauro Cesar Barbosa Cid.
Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
O relatório da investigação aponta que o núcleo atuava no planejamento de medidas para manter as manifestações em frente aos quartéis do Exército. Dessa forma, o grupo avaliava medidas de mobilização, logística e financiamento de militares das forças especiais.
O grupo teve a participação dos acusados Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Bernardo Romão Correa Neto, Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins De Oliveira, Alex de Araújo Rodrigues e Cleverson Ney Magalhães, segundo a PF.
Núcleo de Inteligência Paralela
Esse núcleo funcionava na coleta de informações para auxiliar o então presidente Jair Bolsonaro na “consumação do golpe de Estado”.
Os investigadores citaram o monitoramento do ministro do Supremo Alexandre de Moraes e de outras autoridades. Dessa forma, que os acusados poderiam capturar após a assinatura de um decreto de golpe.
Segundo a PF, o grupo era formado pelos investigados Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Marcelo Costa Câmara e Mauro Cesar Barbosa Cid.
Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e Apoio a Outros Núcleos
O último grupo citado nas investigações usava a patente militar para incitar medidas para consumação do golpe.
O grupo era formado, segundo a PF, pelos generais de Exército Walter Souza Braga Netto, Almir Garnier Santos, Mario Fernandes, Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, Laércio Vergílio e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
PGR
Após a retirada do sigilo, o inquérito do golpe foi enviado para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Com o envio do relatório, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, vai decidir se o ex-presidente e os demais acusados serão denunciados ao Supremo.
Com informações de Agência Brasil