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Pai que tentou matar estuprador do próprio filho é absolvido em SC

Segundo os autos, a vítima foi abusada pelo tio mais de 300 vezes

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Pai que tentou matar estuprador do próprio filho é absolvido em SC
Foto: Reprodução / Internet

Depois de quase nove anos esperando para ser julgado, o pai que tentou matar o estuprador do próprio filho em Ascurra, no Vale do Itajaí, foi absolvido pelo Tribunal do Júri nesta quinta-feira (26). Eloi Dematte teria atirado no pescoço do próprio cunhado após descobrir que ele teria abusado centenas de vezes do sobrinho, que possui deficiência intelectual. Os autos apontam que a vítima, à época com 16 anos, teria sido abusada pelo menos 324 vezes.

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A tentativa de homicídio cometida por Eloi ocorreu em novembro de 2015. Antes de atirar contra o estuprador, os pais do jovem foram procurados pela psicóloga, que questionou se o casal sabia sobre os abusos. Isso porque a vítima teria contado a ela, em uma sessão anterior, que seu tio o estuprava desde 1997.

O jovem relatou à profissional que os abusos eram cometidos aos finais de semana, quando ele ficava sob os cuidados do tio, irmão gêmeo de sua mãe. Na casa do estuprador, a vítima era obrigada a vestir calcinha fio dental e outras roupas femininas, além de passar batom e beijar o tio na boca.

Ele afirmou ainda que essas torturas aconteciam antes dos estupros, que ocorriam em um rancho localizado na parte de trás do terreno. Ainda de acordo com o relato, lá, o homem colocava o sobrinho diante de roçadeiras, foices e machados a fim de ameaça-lo. Com medo de morrer, a vítima não o denunciava. No entanto, anos depois, acabou revelando o sofrimento durante a sessão de terapia.

A psicóloga afirmou que após contar o relato da vítima, os pais ficaram abalados. A mãe revelou que “desconfiava” de algo pois uma vizinha a teria alertado sobre comportamentos estranhos entre tio e sobrinho, mas que não cogitava os abusos.

Depois de se reunir com a profissional, o casal voltou para casa e planejava registrar um boletim de ocorrência. Contudo, quando a mulher saiu para trabalhar, Eloi pegou uma arma, foi até o agressor e atirou em seu pescoço. O homem não morreu.

Um processo foi aberto por tentativa de homicídio contra o pai, enquanto o tio respondia por estupro de vulnerável. O estuprador chegou a ser condenado quatro anos após a ação judicial, mas acabou morrendo em um acidente de carro antes de cumprir a pena.

Após quase nove anos aguardando o julgamento, hoje acaba a tragédia humana ocorrida na vida de Eloi”, celebraram os advogados do réu, Gustavo da Luz e Robson Pasquali.

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