Região Grande Florianópolis

MPSC denuncia dupla que matou empresário em boate da Capital

Quando o documento for aceito, os dois seguranças passarão a figurar como réus

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MPSC denuncia dupla que matou empresário em boate da Capital
Vítima assassinada, Thiago Kich de Mello. Foto: Arquivo pessoal

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) entregou, nesta terça-feira (15), uma denúncia contra os dois seguranças acusados de matar o empresário Thiago Kich de Mello, de 29 anos, após um desentendimento dentro da boate Sex, na região central de Florianópolis, no dia 8 de outubro. O documento foi entregue à Vara do Tribunal do Júri da comarca, por meio da 37ª Promotoria de Justiça da Capital. Após o aceite da denúncia, os dois assumirão a condição de réus e serão submetidos a julgamento perante o Tribunal do Júri.

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Consta nos autos que, após uma discussão sobre o valor da conta do cliente, um segurança contratado pelo estabelecimento teria entrado em luta corporal com a vítima. Em ato contínuo, outro segurança, que era policial militar e atuava armado, fora do expediente da corporação, também teria se envolvido no conflito. Thiago foi baleado e brutalmente pisoteada até morrer no local.

Os fatos ocorreram por volta de 6h30. A discussão teria começado entre um dos seguranças e o cliente, que não concordava com o valor cobrado em sua comanda. No momento da discussão, o segurança teria desferido uma cotovelada no rosto de um dos amigos da vítima, que, por conta da agressão, entrou em luta corporal com o empregado da boate.

Em meio ao tumulto generalizado, o policial militar que fazia serviço de segurança privado armado no local sacou sua pistola. Segundo a acusação, ele teria se envolvido entre as pessoas que tentavam separar a luta corporal, apontado a arma a curta distância em direção a Thiago e o atingido com um tiro na região do tórax, fazendo com que caísse no chão. Ao constatar que a vítima estava dominada, o outro segurança subiu sobre ela e pisoteou sua cabeça, de forma brutal e reiterada, resultando na sua morte.

Na denúncia, o Promotor de Justiça Jonnathan Augustus Kuhnen alega que o policial utilizou um recurso que dificultou a defesa do empresário, pois ele foi surpreendido durante uma briga com uma terceira pessoa, quando foi atingido por um tiro a curta distância em uma parte vital. Além disso, a ação do militar teria colocado em risco a vida das pessoas que estavam no ambiente, resultando em perigo comum, já que havia aglomeração de pessoas ao redor da luta corporal e o local era pequeno.

Com relação ao segurança que iniciou o conflito, Kuhnen sustenta que o denunciado usou de meio cruel ao pisotear o empresário em uma região vital (cabeça), ao menos seis vezes, logo após ser atingida por um disparo de arma de fogo. O ato, segundo o Promotor, revela uma “brutalidade imoderada”, que gerou sofrimento desnecessário à vítima.

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