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Justiça solta PM acusado de liderar expulsão de moradores de rua em Itajaí

Tadeu Andrade já foi condenado por crime de tortura, mas caso ainda aguarda novo julgamento

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Justiça solta PM acusado de liderar expulsão de moradores de rua em Itajaí
Tadeu jé é condenado por tortura desde 2020. Foto: divulgação

O sargento da PM Tadeu Jose de Andrade, de 45 anos, foi solto pela Justiça nesta semana, após permanecer preso por um mês, na carceragem do 4º Batalhão, em Florianópolis. Tadeu é acusado de comandar uma operação policial clandestina que expulsou um grupo de pessoas em situação de rua em Itajaí, na madrugada de 31 de outubro. A operação foi flagrada em vídeos que viralizaram nas redes sociais.

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Tadeu foi solto por determinação da Vara de Direito Militar da Capital, através de um alvará expedido na terça-feira (13). Ele estava preso desde o dia 10 de novembro. Outros seis policiais que teriam participado da ação ilegal foram alvo de mandados de busca e apreensão.

Nas imagens, um comboio de viaturas da PM acompanha os moradores de rua que saem em caminhada em direção à vizinha Balneário Camboriú. Algumas das vítimas relataram ter sofrido agressões e sessões de tortura com uso de cassetetes.

Mesmo em liberdade, o sargento Tadeu vai seguir afastado do trabalho nas ruas, e deve permanecer trabalhando internamente no quartel de Itajaí em serviços administrativos, até que o inquérito seja concluído.

O advogado Mathaus Agacci, que representa o sargento Tadeu no processo, se manifestou informando que respeita toda e qualquer decisão judicial e pretende continuar zelando pelas garantias constitucionais do seu cliente, em especial a da presunção de inocência.

Em 2020, Tadeu foi condenado por crime de tortura, numa ação ocorrida em 2011, quando ele teria participado de agressões contra dois homens e uma mulher em Itajaí. As vítimas foram agredidas com chutes, pontapés e tiros de pistola elétrica.

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) manteve a condenação no ano seguinte e fixou a pena em sete anos, nove meses e seis dias de prisão em regime semiaberto, além de determinar a perda do cargo na PM. O processo, no entanto, ainda tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).