Um assalto onde foram roubados R$ 125 milhões numa madrugada de novembro de 2020, em Criciúma, no sul de Santa Catarina, ganhou um desfecho na Justiça nesta semana. No total, 17 criminosos receberam condenação pelo assalto cinematográfico, que terminou com um policial militar ferido a tiros e ganhou repercussão em todo o Brasil e até mesmo no Exterior.
As investigações duraram dois anos, dentro da operação Santa Forte, da Polícia Civil de Santa Catarina. Logo nos primeiros meses, os policiais identificaram dez homens que participaram diretamente do roubo na noite do crime. Além disso, eles usaram fuzis, veículos blindados e diversos explosivos para atacar a tesouraria regional de um banco, no centro da cidade.
Esses 10 criminosos que participaram de forma direta do assalto cinematográfico receberam condenações a penas entre 36 e 50 anos de reclusão cada um. Da mesma forma, todos eles estão presos desde 2021 e aguardaram pelo julgamento atrás das grades.
Co-autores também condenados
Outras sete pessoas, dentre elas quatro mulheres, que auxiliaram antes e depois na execução do roubo, também receberam condenações, a penas de 9 anos de reclusão cada uma.
Os crimes que se atribui a eles e elas envolveram latrocínio, pois na ação um policial militar sofreu ferimentos graves. Todos também responderam por participação em organização criminosa e dano ao patrimônio.
A investigação teve condução da Delegacia de Roubos e Antissequestro (DRAS) da DEIC, juntamente com as unidades da Polícia Civil de Criciúma, e contou com o apoio das diversas forças de segurança: Polícia Científica, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Brigada Militar do rio Grande do Sul e também do Ministério Público de Santa Catarina.
Assalto de cinema
Entre a noite de 30 de novembro e madrugada de 1º de dezembro de 2020, cerca 30 assaltantes sitiaram a cidade Criciúma, e roubaram aproximadamente R$ 125 milhões após arrombarem com explosivos uma tesouraria bancária no centro da cidade.
Na ação, os criminosos utilizaram dez veículos, nove deles blindados. Todos estavam com coletes balísticos e portavam fuzis, além de duas metralhadoras calibre Ponto 50, capazes de perfurar blindagens e atingir aeronaves.
Além de rajadas de tiros, os criminosos fizeram barricadas com carros, espalharam explosivos e usaram reféns como escudo para evitar a aproximação de policiais. Os bandidos liberaram os reféns, mas o grupo conseguiu escapar levando o dinheiro.
Entre os reféns, estavam seis profissionais da prefeitura que pintavam sinalizações de trânsito na hora da ação e que serviram de escudo humano. Os bandidos também incendiaram o 9º batalhão da PM (Polícia Militar) e o túnel que liga a cidade à vizinha Tubarão.
Na fuga, os criminosos espalharam um malote de dinheiro pelas ruas. Vídeos mostraram moradores recolhendo as notas. Na época, o delegado-geral de polícia Ulisses Gabriel afirmou que quatro pessoas foram detidas em flagrante por furtarem o dinheiro abandonado pela quadrilha nas ruas.