Região Grande Florianópolis

Justiça autoriza exame psiquiátrico em jovem que confessou ter matado a mãe

Crime foi cometido no último sábado (2) no bairro Carvoeira, em Florianópolis

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Justiça autoriza exame psiquiátrico em jovem que confessou ter matado a mãe
Foto: Reprodução

A Justiça autorizou um exame psiquiátrico em Davi Sulzbacher Gonçalves, de 24 anos, que confessou ter matado a mãe, Lizete Gonçalves, de 61 anos, em Florianópolis. O crime ocorreu no último sábado (2), e Davi permanece preso preventivamente.

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A Defensoria Pública solicitou o exame para apurar a saúde mental do acusado, com o objetivo de verificar se é possível considerá-lo inimputável. A inimputabilidade é uma condição jurídica em que uma pessoa não pode pagar criminalmente por seus atos, pois não tinha capacidade de entender o caráter ilícito do crime que cometeu.

Solicitação do exame psiquiátrico

A decisão da Defensoria Pública de Santa Catarina de pedir o exame psiquiátrico se baseia não apenas nas informações que já identificadas e pelo que ele disse à polícia, mas também em detalhes obtidos em conversas privadas com Davi. A defensora Fernanda Mambrini Rudolfo, responsável pelo caso, afirmou que esses elementos indicam a necessidade de uma avaliação detalhada.

Apesar de o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) ter se posicionado contra a solicitação, a Justiça acatou o pedido. Especialistas irão realizar o laudo da perícia com um prazo de 45 dias para a conclusão.

Laudo definirá estratégia da defesa

O resultado do exame psiquiátrico será fundamental para a estratégia de defesa de Davi. Caso o laudo aponte algum comprometimento da saúde mental, a defesa poderá reforçar o pedido de inimputabilidade. Além disso, a conclusão da perícia pode influenciar um novo pedido de medidas cautelares alternativas à prisão, o que a Justiça já havia negado durante a audiência de custódia.

Até o momento, a Justiça trata o caso como feminicídio, um crime de competência do Tribunal do Júri. A defesa não deve contestar essa qualificação neste momento, pois a competência do júri popular já estaria assegurada. A estratégia jurídica se concentra em entender o estado mental de Davi no momento do crime.

Davi tinha um histórico escolar e esportivo de destaque, sendo bolsista na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e um premiado enxadrista. A defesa espera que esse histórico também seja levado em consideração no julgamento. O processo segue em fase inicial, e os próximos passos dependerão do resultado do exame psiquiátrico.

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