O influenciador digital conhecido como Nino Abravanel, de 18 anos, que na verdade se chama Deivis Elizeu Costa Silva, é considerado foragido da Justiça. Ele é suspeito de envolvimento num homicídio registrado em São Paulo, há dois meses.
De acordo com a Polícia paulista, o crime teria sido motivado por vingança. A defesa dos dois nega o crime.
Nino possuía mais de 4 milhões de seguidores nas redes sociais, até que sua conta foi desativada. Ele e o irmão, Derik, teriam participado do assassinato de Tarcísio Gomes da Silva, homem que agrediu e causou a morte do avô deles, no dia 19 de maio.
Segundo investigação da DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), Nino teria pedido aos seus seguidores para que localizassem o agressor e recebeu informações sobre o paradeiro do homem. Imagens compartilhadas pela polícia apontam que o irmão de Nino se dirigiu até o local onde a vítima foi morta.
O homicídio aconteceu por volta das 23h do dia 19 de maio, na Estrada do M’Boi Mirim, avenida que liga o início do distrito do Jardim São Luís até o final do distrito de Jardim Ângela, no município.
No vídeo, ele aparece com a mão na cintura, se preparando para a execução do crime. Já Nino não foi flagrado pelas câmeras na cena do crime, mas a polícia concluiu que ele seria apenas o motorista do carro.
Nas suas redes sociais, Nino postava conteúdos que representam o seu estilo de vida, com conquistas pessoais – como carros e motos de luxo -, e música funk, ritmo para o qual ele tem produções junto a artistas conhecidos, como Ryan SP e Oruam.
O advogado Felipe Cassimiro de Oliveira, que representa os dois irmãos, disse que ambos são “totalmente inocentes da acusação que recai sobre eles”. De acordo com ele, “as alegações infundadas são baseadas em suposições e falta de evidências concretas que comprovem algum envolvimento direto ou indireto” dos irmãos na morte de Tarcísio Gomes da Silva.
A defesa ainda acusa Tarcísio Gomes da Silva de ter assassinado o avô do influenciador, Valdeci Ferreira da Silva, no início deste ano. E chama o homem de “serial killer”, alegando que ele “tinha um histórico criminal bem extenso, incluindo casos de estupro, homicídio e feminicídio, e encontrava-se, ainda por cima, foragido da Justiça”.
“A defesa acredita na possibilidade de que outras pessoas possam ter sido responsáveis pela morte do serial killer, considerando o contexto complexo e as motivações obscuras que ainda precisam ser esclarecidas pela investigação”, afirma o advogado, em nota. “As imagens de câmera apresentadas pela polícia são nebulosas e inconclusivas, não oferecendo uma representação clara dos eventos”, prosseguiu.
Oliveira alega que Nino Abravanel “sempre se colocou à disposição da Justiça desde o início das investigações, cooperando plenamente para esclarecer qualquer dúvida que possa surgir”.
“Consideramos a prisão temporária de Nino Abravanel completamente injusta e desproporcional diante da manifesta falta de evidências, bem como da clara ausência dos requisitos da Lei Federal n. 7.960/89. Confiamos que a verdade prevalecerá e que a investigação será arquivada.”