
Após quase dois anos de apuração, a Polícia Civil cumpriu, nesta sexta-feira (11), um mandado de prisão preventiva contra o influenciador Jean Carlos Silvino, morador de Palhoça, na Grande Florianópolis. A ordem foi expedida pela Justiça do município, marcando mais um capítulo de um caso que chamou atenção por envolver sorteios ilegais e ostentação de itens de alto valor.
As investigações tiveram início no final de 2023, quando a Receita Federal acionou a Polícia Civil ao identificar sorteios suspeitos realizados por Silvino em seu perfil no Instagram. As rifas ofereciam prêmios expressivos e, conforme a legislação, configuravam prática de jogo de azar.
A primeira ofensiva contra o influenciador ocorreu em 27 de fevereiro de 2024, com o cumprimento de três mandados de busca e apreensão envolvendo Silvino e outros três alvos da investigação. Na ocasião, as autoridades bloquearam R$ 400 mil de cada um dos investigados e apreenderam uma série de bens de luxo: um Range Rover Evoque, uma moto CBR-1000RR, dois jetskis, uma BMW 320i e uma caminhonete VW Amarok.
O inquérito foi finalizado em outubro de 2024 e enviado ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que denunciou Silvino pelos crimes de exploração de jogos de azar, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Segundo os investigadores, os valores arrecadados com as rifas eram usados para comprar bens de alto padrão e movimentar recursos de forma suspeita, indicando uma tentativa de encobrir a origem ilícita do dinheiro.
Durante a primeira operação, Silvino chegou a se pronunciar por meio de seu Instagram, negando qualquer tipo de fraude. Segundo ele, os sorteios apenas careciam de regularização. “Não existe fraude, galera. A única coisa que está pegando é a regularização dos nossos sorteios. Já estamos providenciando tudo e vamos voltar ainda mais fortes”, declarou em fevereiro de 2025.
A defesa do influenciador, no entanto, reagiu à prisão. O advogado Osvaldo Duncke afirmou que a medida foi inesperada e classificou a decisão judicial como “desproporcional”. Ele destacou que Jean tem colaborado desde o início das investigações e reforçou que ainda não há qualquer condenação. “Estamos tomando todas as providências jurídicas cabíveis. A Constituição garante a presunção de inocência, e Jean permanece à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários”, declarou o defensor.