Região Santa Catarina

Homem que matou assassina de marido é condenado a 15 anos de prisão

Vítima de feminicídio havia matado seu primeiro esposo, em 2010

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Homem que matou assassina de marido é condenado a 15 anos de prisão
Lorimar (no detalhe), e uma imagem do juri que condenou Ariel. Fotos: divulgação

A Justiça catarinense condenou a 15 anos de prisão um homem de 41 anos suspeito de crime de feminicídio, na cidade de Ipira, a cerca de 130 quilômetros de Chapecó, no Meio-Oeste do estado. O Tribunal do júri do Fórum de Capinzal considerou que Ariel Vieira Molina cometeu o crime por motivo torpe, com meio cruel, com agravante da ocultação de cadáver.

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A vítima era Lorimar Lutkemeier, de 59 anos, que já cumprira pena por homicídio. Em 2010, Lorimar assassinou seu marido, Valdenir Bortolini Zanon, na cidade de Tangará, a cerca de 120 quilômetros de Ipira.

Ariel matou Lorimar no dia 12 de fevereiro de 2023. Após uma discussão entre o casal, que estava junto há cerca de seis meses, Ariel desferiu um tapa e em seguida asfixiou Lorimar até a morte. Dois dias depois, por volta das 21h, ele enrolou o corpo da vítima num cobertor, colocou num Fiat Palio e o levou da casa, na avenida 15 de Agosto, até um local distante, às margens do rio Uruguai. Nesse local, ele queimou o cadáver por aproximadamente três horas e jogou parte dos ossos no leito do rio. 

As investigações da Polícia civil apuraram que o crime teve como motivação o dinheiro. Ou, de acordo com o processo, “interesse patrimonial”. O homem usava alguns bens da vítima, e Lorimar o sustentava.  Ele possuía acesso ao veículo, senhas do celular e do cartão bancário da mulher.

Sentença

Inclusive, após o crime, ele comprou bebidas alcoólicas e drogas com o dinheiro dela. “Trata-se, pois, de motivo repugnante, abjeto, vil, que causa repulsa excessiva à sociedade”, destacou o Promotor de Justiça Douglas Dellazari, que exerceu a acusação neste caso. A sentença foi da juiza Jéssica Evelyn Campos Figueirendo Neves.

Ariel se apresentou à Polícia alguns dias após a morte e confessou o crime. Ele também levou os policiais até o local onde encontraram os restos mortais. A Justiça então decretou sua prisão preventiva e Ariel permaneceu no aguardo do julgamento no Presídio Regional de Joaçaba.

Lorimar, durante seu julgamento em 2011, quando foi condenada a 15 anos de cadeia. Foto: Alan Santos / Divulgação

Vítima já havia matado marido a facadas

Após matar seu primeiro marido em 2010, Lorimar recebeu uima condenação de 14 anos de prisão. Ela chegou a cumprir parte da pena, mas acabou em liberdade após um exame psicológico apontar sua imputabilidade (insanidade mental).

Conforme consta no processo que tramitou no Fórum de Tangará há 14 anos, Lorimar se aproveitou quando o marido dormia e amarrou seus pés e mãos com um fio nylon. Depois, com o uso de duas facas, uma tesoura e uma marreta, desferiu diversos golpes em Valdenir.

Lorimar contou na época que cometeu assassinato porque suspeitava de uma traição por parte do marido. A denúncia foi feita no dia 5 de julho de 2010 e a defesa solicitou a realização de exame de insanidade mental. Além disso, no laudo, ela foi declarada imputável na época do crime. Além do homicídio, a mulher já era acusada de outros crimes, como lesão corporal, perturbação, vias de fato e ameaça.

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