Fechada após PM matar cliente, Boate Sex é demolida em Florianópolis

Quase 10 meses após ser palco de um assassinato brutal, foi demolido nesta quinta-feira (31) em Florianópolis o prédio onde funcionava a boate Sex Night Club, na avenida Mauro Ramos, uma das principais vias da Capital. O estabelecimento estava fechado desde 8 de outubro, quando um cliente foi morto com um tiro do lado de dentro da porta de entrada.

A vítima foi o empresário Thiago Kich de Mello, de 29 anos. Ele era dono de uma lacação de automóveis no bairro João Paulo, no Norte da Ilha. Thiago se desentendeu com um segurança, e acabou sendo afredido, pisoteado e assassinado com um tiro.

O disparo que matou Thiago saiu da arma do policial militar Rafael Azevedo de Souza, que estava de folga e fazia bico na boate como segurança, o que a Polícia Militar de Santa Catarina proíbe. O outro segurança que também agrediu a vítima era Jean Carlos dos Santos.

Boate Sex, tradicional na Mauro Ramos

As câmeras internas de segurança da boate flagraram toda a ação. As imagens viralizaram nos noticiários pelo Brasil e até mesmo no Exterior.

Rafael chegou a ir para a prisão, e permaneceu por 45 dias sob custódia da PM na sede do 4º Batalhão, em Florianópolis. Depois disso, ele ganhou o direito de responder em liberdade.

Jean Carlos foi para o presídio da Capital, onde permanece até hoje, aguardando pelo julgamento.

Fundada no início dos anos 1990, a Boate Sexy se notabilizou ao promover festas com participação de modelos conhecidas por fotos sensuais em revistas como Playboy. O espaço no entanto funcionou por mais de 30 anos como uma casa de prostituição de luxo e abrigava, nos fundos do prédio, um conjunto com cerca de 20 quitinetes, onde ocorriam os encontros.

Em 2021, o Procon interditou a Boate Sexy depois que os fiscais encontraram no local uma garrafa de whisky com conteúdo adulterado, ou seja, em desconformidade com o que dizia o rótulo. Na ação, o Procon averiguava a qualidade das bebidas comercializadas em casas noturnas na Grande Florianópolis. Na época, os responsáveis pelo estabelecimento informaram que “das oito bebidas que estiveram sob fiscalização, eles encontraram uma que estava aberta há mais tempo”.