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Ex-aluna de Silvio Almeida em universidade denuncia assédio

Ex-aluna do ex-ministro dos Direitos Humanos relatou ligações de então professor

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Ex-aluna de Silvio Almeida em universidade denuncia assédio
Foto: divulgação

Uma ex-aluna do ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida afirmou, na terça-feira (10), que foi vítima de assédio por parte do então professor da Universidade São Judas Tadeu em 2009. De acordo com uma entrevista que ganhou publicação no portal Metrópolis, a estudante, que se identificou apenas como Carla, foi aluna de Silvio Almeida entre 2005 e 2009 no curso de direito. Almeida integrou a banca de avaliação de sua monografia. Foi aí que a aluna passou a receber telefonemas do seu então professor.

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“Acho que a gente devia sair para conversar sobre o seu tema porque eu não quero que você saia prejudicada”, afirmou Almeida na ocasião. Carla diz que não sabe como o professor obteve seu contato telefônico. Almeida tornou a ligar outras vezes e repetia que não queria que ela fosse prejudicada. “Fiquei com medo de ele realmente me prejudicar na monografia”, disse a estudante.

Depois que as denúncias de assédio contra Sílvio já ministro ganharam repercussão nacional, o que provocou sua demissão do Governo Federal, vieram à tona outros relatos de mulheres que conviveram com ele em outros espaços. Uma professora foi à público para dizer que foi vítima de assédio sexual por parte de Almeida em 2019 na Escola de Governo.

Uma reportagem que saiu nesta semana na revista Veja relatou que houve tentativa de troca de favores sexuais para que a avaliação das provas fosse alterada para melhor. Carla contou ter conhecimento de uma outra aluna que também lhe disse que Almeida deixava claro que gostaria de sair com ela.

Apurando internamente

“Eu sabia que não era a única”, disse Carla. Ao ver as notícias na semana passada, ela se disse aliviada. “Agora ele mexeu com alguém que está no mesmo nível que ele. E que talvez não teria tanto medo de falar alguma coisa”, disse ela.

A Universidade São Judas Tadeu disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que até o momento “não recebeu nenhuma denúncia. e nem mesmo relato formal de natureza semelhante aos mencionados”. E que, por isso, desconhece os fatos.

A instituição acrescentou que “apesar de não haver qualquer relação jurídica com o ex-professor há cinco anos, a instituição está apurando internamente o tema” e está à disposição das autoridades.