Estudantes indígenas são alvos de agressões na UFSC

Estudantes indígenas que residem na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no campus Trindade, foram vítimas de uma série de episódios violentos em um curto intervalo de tempo. Entre os dias 5 e 7 de julho, ocorreram três ataques distintos envolvendo agressões físicas, ofensas racistas e até o arremesso de pedras contra a residência estudantil onde vivem os acadêmicos indígenas.

No sábado (5), dois agentes da Polícia Militar de Santa Catarina abordaram um grupo de estudantes indígenas que circulava pelo campus. Segundo nota oficial da universidade, os agentes não estavam devidamente identificados e usaram spray de pimenta, e balas de borracha para dispersar os jovens, mesmo após eles informarem que moravam nas dependências da UFSC.

A ação desproporcional da polícia acabou gerando forte repercussão dentro e fora da comunidade acadêmica. A Polícia Militar de Santa Catarina não e manifestou sobre o caso.

Horas depois, na noite do mesmo sábado, um novo episódio de violência foi registrado. Um grupo não identificado teria invadido a área da universidade utilizando patinetes elétricos e agredido fisicamente alguns dos moradores da moradia estudantil indígena.

O clima de insegurança se intensificou ainda mais quando, na segunda-feira (7), outro grupo, composto por pelo menos 11 pessoas, lançou pedras contra o prédio onde os estudantes indígenas vivem. As agressões vieram acompanhadas de insultos com teor discriminatório. De acordo com relatos compartilhados nas redes sociais pelo Movimento Estudantil, os agressores gritavam frases como “fora índios” e “vagabundos”, deixando claro o conteúdo racista dos ataques.

UFSC se manifesta sobre as agressões aos estudantes indígenas

Os estudantes relatam medo e cobram medidas imediatas das autoridades competentes para garantir sua segurança e integridade.

Diante da sequência de episódios violentos, a UFSC anunciou que está reunindo imagens de câmeras de segurança e outros registros para formalizar uma denúncia junto ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A universidade também afirmou que repudia qualquer forma de violência ou discriminação, e que está tomando providências para identificar os envolvidos e responsabilizá-los legalmente.