A segunda fase da Operação Presságio, deflagrada na manhã desta quarta-feira (29), cumpriu ao todo quatro mandados de prisão preventiva. Além do ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, Ed Pereira, também foram detidos o ex-diretor de Projetos da Fundação Franklin Cascaes, Renê Justino; o professor de educação física terceirizado da Prefeitura da Capital, Lucas da Rosa Fagundes; e o ex-diretor financeiro da Liga das Escolas de Samba de Florianópolis (Liesf), Cleber Ferreira.
Todos são suspeitos de participarem de um esquema de corrupção na prefeitura, iniciado em 2021. Eles são investigados por crimes ambientais, corrupção passiva, corrupção ativa, associação criminosa, fraude a licitação e lavagem de dinheiro. As ordens judiciais foram cumpridas pela Polícia Civil na Capital, em Palhoça e em Balneário Camboriú.
Renê Justino
Logo depois da primeira fase da Operação Presságio, que ocorreu em janeiro deste ano, áudios enviados do celular de Justino para outro homem identificado como Ricardo Bortoluzzi foram divulgados. As mensagens datam em 9 de janeiro de 2023, e apontam Ed Pereira, secretário do Turismo à época, como recebedor de dinheiro público.
A polícia também apura transações no valor de R$ 16 mil realizadas por Renê, que dirigia os projetos da Fundação Frankin Cascaes, ligada à Secretaria do Turismo.
Em nota, a defesa de Justino descreveu a medida como decorrente de uma teoria chamada “fruto da árvore podre”, pois “uma vez embasada em provas obtidas por meio ilícito, trata-se de medida igualmente arbitrária e ilegal”.
Confira aqui a descrição dos áudios do ex-diretor e também a nota completa da defesa.
Lucas Fagundes
Como professor de educação física terceirizado, Lucas atuava em projetos ligados à Secretaria do Turismo. De acordo com familiares do suspeito, ele foi afastado de suas funções públicas durante a primeira fase da operação.
Seu último trabalho antes disso foi na Escola Básica Herondina Medeiros Zeferino, localizada no bairro Ingleses, no Norte da Ilha. O envolvimento de Lucas no suposto esquema ainda não foi divulgado pela Polícia Civil. Além disso, sua defesa ainda não se manifestou.
Cleber Ferreira
Por fim, o quarto preso na operação desta manhã foi o ex-diretor da Liesf, Cleber Ferreira. Assim como Lucas Fagundes, sua participação nos crimes ainda não foi informada.
O advogado do investigado, Francisco Ferreira, explicou que irá se manifestar somente depois de ter acesso aos autos do processo. De acordo com a Liesf, Cleber não está mais entre os funcionários e não possui ligação com a administração da entidade.
Defesa de Ed Pereira
Confira o que disse a defesa do ex-secretário Ed Pereira:
“Acompanhei meu cliente hoje de manhã no interrogatório na DEIC. Como ainda não tivemos acesso ao inquérito, ele optou por permanecer calado, não para exercer o direito constitucional, mas sim porque pretende prestar todos os esclarecimentos a partir do momento em que ele conhecer o conteúdo de toda a investigação.”
A defesa destacou, ainda, que terá acesso ao decreto ainda nesta quarta. Até lá, não terá como se “manifestar acerca dos fundamentos pelos quais o juiz entendeu agora decretar a prisão de uma pessoa primária, sem antecedentes, que estava colaborando com as investigações e sempre esteve à disposição da Justiça”.